A VERDADE NÃO CONTADA - PARTE I

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— Hoseok?

A acusação precipitada de um inocente, é como uma seta lançada no escuro, tem o potencial de causar danos irreparáveis não apenas àquele que é injustamente apontado, mas também à integridade do sistema que busca a verdade, isto é, um ato impulsionado por ações precipitadas.

Afinal, Jung Hoseok estava dentro do perfil de quem Chaeyoung estava procurando?

Justiça. Era o que todos queriam.

Mas a justiça, em sua essência, demanda uma abordagem cautelosa e imparcial. Acusar um inocente, seja por erro de interpretação, preconceito ou má-fé, é uma ação que desestabiliza os pilares fundamentais sobre os quais repousa a confiança nela.

E aqui estamos.

Para a Chaeyoung era um tiro no escuro, porém bastante suspeito encontrá-lo em frente ao seu quarto tentando abrir sua porta, Ibho sabia abrir a fechadura do seu armário.

Ambos se olhavam sem saber o que fazer em seguida.

— Hoseok? — repetiu sua fala.

— Eu posso explicar — respondeu em pânico se sentando no chão.

— Você vai explicar! — exclamou fazendo o mesmo movimento — Começando pelo fato de eu ter te pego tentado abrir a porta do meu quarto.

— A Mi-Mina me pediu para deixar um pen drive no quarto de vocês, disse que queria ver alguns filmes com você — sua gagueira inicial e sua maneira de olhar para os lados entregava sua mentira, o que fez a baixinha segurar em seu pulso para evitar alguma tentativa de fuga.

— Ela não te pediu nada, teria me dito — argumentou.

— Era para ser surpresa — tentou rebater.

— A gente nem trouxe um notebook ou algo parecido e nem tem uma TV no nosso quarto, pare de mentir e diga o que estava tentando fazer — a Son falou, uma ideia estava surgindo em sua mente, era seu xeque-mate, seus questionamentos teriam respostas.

— Estávamos resolvendo isso — brutalmente o rapaz foi levantado — O que está fazendo?

Chaeyoung levou o Jung de volta para a porta do seu quarto e com a mão livre tirou a chave do bolso de sua calça ainda molhada, até se esqueceu que estava encharcada da cabeça aos pés, mas trocar de roupa ficaria para outro momento, mesmo que isso a deixasse resfriada futuramente.

Jogou o rapaz na cama que não relutou em nenhum segundo assim que entraram, seu nervosismo não deixava ele tomar uma atitude, talvez deixar a mais nova cair no próprio erro fosse a melhor escolha.

A coreana abriu o guarda-roupa pegando o aparelho, deixou o telefone de lado desde que decidiu tentar se esquecer de seus problemas, o desbloqueou e em seguida fez uma chamada de ligação, não foi atoa que considerou tal ideia como seu xeque-mate, no bolso traseiro de Jung Hoseok seu celular passou a tocar, Jung agora possivelmente poderia se odiar por cogitar deixar a mais nova cair em seu próprio erro, ela era inteligente demais ou era apenas uma Son.

Mostrou o visor de seu aparelho, estava escrito Ibho, o atleta rapidamente ficou pálido e em seguida ela ordenou

— Me mostra quem está te ligando.

Mas nada ele fez, além de permanecer olhando para a tela a sua frente até que a mesa de reações rodou e agora era Chaeyoung que ficou sem saber o que fazer quando Hoseok abaixou a cabeça e soltou uma risada jogando aquele personagem de garoto em pânico no lixo.

UM ATO, MIL CONSEQUÊNCIAS | MICHAENG (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora