06. The Walking dead

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Maya Matthews

Caminhando pelas ruas movimentadas da cidade, meus olhos se fixaram em uma vitrine iluminada. Por um instante, meu reflexo se encontrou comigo de uma forma estranha. Juraria ter visto Rick, ao meu lado na vitrine. me rapidamente, com o susto e um arrepio percorrendo minha espinha, mas não havia nada lá além do reflexo da rua agitada.

"Estou ficando louca," pensei comigo mesma, sacudindo a cabeça para afastar a visão fantasmagórica. Continuei caminhando, tentando ignorar a inexplicável conexão com aquele mundo que, teoricamente, deveria ser apenas ficção.

Não demorou muito para que eu encontrasse Jessica, minha amiga animada e cheia de vida. Ela estava animada para lanchar juntas, e eu, secretamente, buscava a normalidade em sua companhia.

Nós sentamos em uma cafeteria acolhedora, a conversa fluindo como sempre. Jessica, animada como sempre, começou a falar sobre a 7ª temporada de The Walking Dead.

— Você não acredita no quanto o Carl está lindo, Maya! Acho que ele cresceu desde a última vez que assistimos juntas.

—A gente só viu até a terceira temporada juntas, o Carl era um neném— Respondi lembrando do homem que ele havia se tornado, os cabelos compridos e o talento de revirar o olho para tudo que eu tinha pra dizer.

—Ele tá tão bonito, se eu soubesse disso, teria assistido antes e ele é todo amorzinho, todo carinhoso— Eu acabei rindo com o comentário dela, fazendo ela me olhar sem entender mas logo continuando a elogiar o Carl.

—Ele é um grosseiro, mal humorado que não respeita os horários— Respondi involuntariamente.

—Ah, vai, Maya, é só um personagem! — Jessica riu, sem perceber a mudança em minha expressão.

Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos conflitantes. Enquanto Jessica continuava empolgada falando sobre os episódios que havia finalmente assistido depois de anos, meu coração permanecia apertado com a dualidade de dois mundos.

A conversa animada de Jessica me trouxe de volta à realidade presente, mas as palavras sobre o Carl ainda ecoavam em meus ouvidos. Eu sorri, concordando com o que ela dizia, mas por dentro, a lembrança de um Carl diferente, vivendo em um apocalipse zumbi de verdade, persistia como uma sombra em minha mente.

—Eu preciso ir ao banheiro— Falei segurando meu celular nas mãos e me levantando para ir até o local.

Ao me dirigir ao banheiro com , uma incontrolável curiosidade me guiou novamente até o espelho. Uma sensação estranha e familiar preenchia o ar, como se o vidro me chamasse, gritasse meu nome. Incapaz de resistir à atração magnética, levei minhas mãos até o vidro, meio que esperando o inesperado.

O vidro cedeu sob o toque das minhas mãos, como se estivesse aguardando por esse momento. Uma energia vibrante percorreu meu corpo quando eu atravessei o espelho. O mundo ao meu redor se distorceu novamente e eu já estava me acostumando com a sensação e logo me vi imersa na paisagem apocalíptica, sob o céu sombrio que já conhecia.

—Ai que cassete— Senti meu celular vibrar no meu bolso e era uma mensagem da minha madrinha mas o sinal sumiu logo depois. Liguei a lanterna tentando enxergar aonde estava, vi os muros de Alexandria e me aproximei desligando o celular.

—Rosita!— Gritei chamando a atenção da mulher que logo pegou a arma mas abaixoi assim que me viu. — Abre o portão pra mim!

O portão rangeu enquanto Rosita o abria, revelando Rick e Carl se aproximando. Senti meu coração acelerar ao ver eles, um reencontro elevando meu ânimo. No entanto, antes que pudesse dar um passo em direção a eles, fui abruptamente capturada pelos homens do Governador.

A respiração ficou presa em minha garganta quando suas mãos ásperas me seguraram com firmeza. Um frio percorreu minha espinha, e eu sabia que estava novamente à mercê do Governador e de seus capangas impiedosos.

O líder sinistro emergiu das sombras, lançando sua ameaça com uma calma perturbadora.

— Rick, Carl. Se querem que essa garota saia ilesa, um de vocês vão precisar ir até Woodbury sozinhos. Não tentem trazer ajuda, ou ela pagará o preço.

Meus olhos se encontraram com o de Carl, transmitindo uma mistura de medo e urgência. O Governador não hesitaria em fazer mal a mim se eles não cumprissem suas ordens. A angústia se instalou enquanto eu imaginava as consequências dessa escolha imposta a eles.

A sensação sufocante preenchia a sala enquanto eu permanecia presa, sem escapatória. O Governador entrou, sua expressão sinistra focada em mim. Meu coração acelerou, uma combinação de medo e raiva pulsando em minhas veias.

Tentei desviar o olhar, mas suas mãos ásperas seguraram meu rosto com firmeza. Seus olhos penetrantes encontraram os meus, e sua voz cortante ecoou na sala.

— Vamos ver se você é tão importante pros seus amiguinhos, Maya.

O ar parecia rarefeito, e a tensão crescia a cada palavra. Minha mente trabalhava freneticamente em busca de uma saída, enquanto o Governador mantinha seu domínio sobre mim.

Algumas vozes foram ouvidas do lado de fora e logo um homem anunciou;

—Carl Grimes está em Woodybury — O homem sorriu e eu senti meu estômago embrulhar com o que poderiam fazer com Carl sozinho.

O sorriso cruel no rosto do Governador se intensificou e meu coração afundou no momento em que ouvi Carl gritar perguntando por mim. A situação se tornou mais perigosa, e o destino de Carl nas mãos daquele homem horrível.

— Carl... — murmurei, temendo o que poderia acontecer com ele enquanto eu permanecia cativa. O Governador ainda segurava meu rosto, seus olhos me sondando como se estivesse saboreando a aflição que causava.

Não demorou muito para jogarem Carl na mesma sala em que eu estava, meu rosto foi solto e fomos deixados sozinhos, trancados naquela sala.

— Você veio me salvar?— Perguntei com o sorriso no rosto e vi ele revirar o olho.

—Não, eu tenho fetiche de por minha vida em risco— Respondeu e eu dei língua pra ele que caminhou até mim e conseguiu me soltar das amarras.

—Admite Carl, você gosta de mim— Provoquei e Carl me encarou por alguns segundos antes de soltar uma risada.

— Maya, estamos em apuros, não é hora para brincadeiras. — Ele falou, mas seu olhar indicava um misto de alívio e preocupação.

—A gente morrer a qualquer hora, pode se declarar pra mim, eu não conto pra ninguém — Eu continuei brincando e Carl me olhava com raiva— Quando eu fico nervosa, eu começo a falar merda, foi mal.

—Você sempre tá nervosa então— Respondeu indo até a porta provavelmente pensando em formas de arrombar aquilo ali.

A porta se abriu e Carl se afastou dela, foi um momento rápido é horrível, eu não lembro o que aconteceu direito, minha mente apagou isso de mim mas eu sei que agora eu estava em outro cômodo, em pé, com o governador sentado me olhando.

AVISO!!

Gente, não sei se vocês lembram mas no arco do governador existe uma cena dele com a Maggie extremamente perturbadora, essa cena irá acontecer nos próximos capítulos com a Maya e o Carl mas não de forma tão explícita, estou avisando para não ocorrer gatilhos.

Wake Me Up • Carl Grimes Onde histórias criam vida. Descubra agora