15. Sentimentos.

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Maya Matthews.

O silêncio pesado pairava entre nós, como se as emoções fossem tangíveis no ar. Derek, com um semblante carregado de resignação, quebrou o impasse.

— Desculpa, não quis atrapalhar. — Sua voz soou baixa, mas a tensão era evidente.

Ele passou entre Carl e eu, um espaço que parecia carregado de tudo o que não foi dito. Meus olhos encontraram os de Carl por alguns segundos, uma comunicação silenciosa entre nós. Havia um entendimento compartilhado de que precisávamos resolver as coisas.

Antes que eu pudesse articular uma palavra, Derek se afastou, deixando um vazio desconfortável entre nós. Olhei para Carl, meu coração apertando diante da complexidade do momento. Sussurrei um "desculpa" que mal passou pelos meus lábios antes de seguir atrás de Derek.

— Derek... — Chamei por ele, e ele se virou para mim.

— Você mentiu esse tempo todo, você fingiu ser uma pessoa que não era. Era óbvio que você tinha um namorado aqui também — Ele acusou, sua expressão carregada de desapontamento.

— O Carl não é meu namorado, é mais complicado do que parece. — Falei, tentando explicar. — Eu nunca menti para você, Derek, nunca quis te magoar.

Derek cruzou os braços, seu olhar fixo em mim, buscando sinais de sinceridade.

— Então, o que foi isso lá atrás? Entre você e Carl? — Ele questionou, um misto de raiva e confusão em sua expressão.

Suspirei, sentindo o peso das escolhas que fiz.

— Foi um momento confuso, Derek. Eu não planejei isso, e definitivamente não queria que as coisas se complicassem dessa forma. — Tentei encontrar as palavras certas, mas sabia que estava em terreno instável.

Derek balançou a cabeça, como se tentasse processar a situação.

— Eu confiei em você, Maya. — Sua voz carregava a decepção. — Passei por tantas coisas ao seu lado, acreditando que éramos aliados, e agora descubro que você estava escondendo algo assim?

A sinceridade nas palavras de Derek cortou fundo. Eu não queria magoar ele, mas as circunstâncias pareciam ter conspirado contra nós.

— Derek, eu salvei você, sua irmã e outros daquele lugar. Eu queria proteger todos vocês. — Tentei apelar para a compreensão dele.

Derek, porém, não parecia disposto a aceitar minhas justificativas.

— Você pode ter salvado nossas vidas, mas também trouxe problemas. Você sente algo por mim? Porque lá parecia que gostava e agora, eu não sei.— Ele disse, sua expressão endurecida.

— Eu gosto de você, Derek — Passei a mão pelo rosto, sentindo a pressão do momento. Vi Derek se aproximar, buscando respostas— Mas...

— Mas você ama o Carl — Derek concluiu, suas palavras pairando no ar como uma verdade incômoda.

Assenti, sem palavras para negar o que ele percebera.

— Derek, eu... — Comecei, mas ele levantou a mão, me interrompendo.

— Não precisa explicar. — Sua expressão era uma mistura de resignação e decepção. — Só queria saber a verdade.

O silêncio entre nós se estendeu, carregado de emoções não ditas. Derek desviou o olhar, como se processasse a revelação. Eu sabia que, a partir daquele momento, as dinâmicas entre nós estavam irremediavelmente alteradas.

— Desculpa por tudo isso, Derek. Eu não queria que as coisas tomassem esse rumo. — Falei sinceramente, meu olhar buscando o dele.

Ele assentiu, aceitando minhas palavras, mas a tristeza em seus olhos era inegável.

— Tudo bem, você trouxe a gente pra um lugar onde minha irmã pode ser feliz, isso compensa— Ele sorri triste e me deixa sozinha lá.

Os dias que se seguiram foram permeados pela ansiedade e preocupação. Carl e Glenn haviam partido em uma missão, e cada hora que passava sem notícias aumentava o desespero que se instalava em mim. Três longos dias se passaram, onde a incerteza se tornou uma sombra constante.

Em uma tarde ensolarada, enquanto eu fazia a ronda nos arredores de Alexandria, meus olhos se fixaram em uma figura conhecida que se aproximava no horizonte. Meu coração saltou de alívio ao reconhecer a silhueta de Carl.

Sem pensar, fui correndo em sua direção. Quando finalmente alcançamos um ao outro, não consegui conter a explosão de emoções. Pulei em seus braços, prendendo minhas pernas na cintura dele envolvendo ele com força, como se o abraço pudesse apagar todo o medo e a angústia que haviam se acumulado.

— Carl, você está bem! — Exclamei, a voz embargada pela emoção. — Passei dias temendo pelo pior.

Ele me envolveu em um abraço igualmente apertado, transmitindo segurança e tranquilidade.

— Estou aqui, Maya. Sinto muito por ter te preocupado, mas estou bem. — Carl sussurrou, seus dedos acariciando meus cabelos enquanto permanecíamos abraçados.

A sensação de ter ele de volta, seguro e são, era como um peso sendo retirado de meus ombros. Em meio ao caos do mundo ao nosso redor, encontrar consolo nos braços um do outro era um lembrete poderoso da importância daqueles que amávamos.

Carl contou para nós de Alexandria que ele e Glenn acharam um vilarejo bem afastado, era pequena mas havia muitos mantimentos, provavelmente as pessoas não conheciam a localização desse lugar, já que era praticamente secreto, como a torre da Rapunzel em enrolados.

—Eu fiquei tão preocupada— Falei andando pelo quarto, vendo Carl sentado na minha cama rindo de mim que estava de um lado pro outro.

—Se continuar assim, vai fazer um buraco no chão— Debochou e eu estendi o dedo do meio para ele — Vem cá.

Ele me puxou pela mão, me fazendo sentar no colo dele de frente pra ele, ele acariciava meu rosto, como se olhasse cada detalhe meu e eu sorri, me aproximando dele e colando nossos lábios.

Um beijo cheio de carinho, se transformou em algo cheio de desejo, não demorou muito para nossas roupas caírem pelo chão, enquanto nossos corpos se tornavam um só naquele momento incrível e especial, nossa primeira vez.

—Eu te amo— Carl disse olhando em meus olhos enquanto seus cabelos compridos caiam por seu rosto suado.

—Eu também te amo, Carl Grimes— Respondi e ele sorriu, enterrando o rosto em meu pescoço continuando o que estava fazendo, me fazendo arranhar suas coisas e reprimir gemidos por conta de Carol no quarto ao lado.

Acordei durante a madrugada, Carl dormia tranquilamente ao meu lado, coloquei o cabelo dele atrás da orelha e beijei sua bochecha e me levantei para ir ao banheiro.

Eu estava feliz, feliz de verdade depois de muito tempo, era amor, era a primeira vez que eu sentia o verdadeiro amor que tanto ouvia falar por aí mas meu mundo caiu por completo quando uma tonteira tomou conta de mim e eu senti meu corpo pesar, eu pisquei mas quando abri os olhos, tudo estava diferente, eu estava de volta em casa, no mundo real.

Wake Me Up • Carl Grimes Onde histórias criam vida. Descubra agora