Wake Me Up • Carl Grimes

13. 7x1

Maya Matthews.

Estávamos a caminho do Santuário, a comunidade seguindo com determinação pelos caminhos tortuosos que levavam àquele local imponente. Meu coração batia forte, não apenas pela expectativa, mas pela tensão que pairava no ar. Eu estava infiltrada ali, sabendo mais do que podia revelar.

À medida que avançávamos, um murmúrio inquietante ecoou entre nós. Os salvadores. Os assobios de Negan e seu grupo ressoaram, enchendo o ar com um som arrepiante e sinistro. Uma onda de apreensão se espalhou pela nossa caravana.

Meu coração começou a bater mais rápido, mas eu mantive a calma. Meu rosto, embora preocupado, escondeu um sorriso sutil, sabendo o que estava por vir. Eu tinha visto aquilo na série, conhecia os próximos movimentos.

Os membros da comunidade se entreolhavam, alguns mostrando medo, outros demonstrando determinação. A liderança tentava tranquilizar a todos, mas a tensão era visível. Enquanto me esforçava para manter a compostura, senti um misto de ansiedade e excitação.

Minha mente se movia rapidamente, tentando antecipar os próximos passos. Estava ali por um motivo, e aquela situação apenas intensificava minha missão secreta. Não podia revelar meu conhecimento, mas cada batida do meu coração vibrava com a trama que se desenrolava diante de mim.

Foi toda aquela cena do primeiro episódio da sétima temporada, todos foram desarmados e postos de joelhos até a grande entrada de Negan, a diferença é que não era o grupo de Rick ajoelhado e sim de pessoas ruins de verdade e dessa vez, Carl estava entre os salvadores.

Negan dava seu discurso e eu havia me esquecido o quanto aquele homem gostava de falar, ele falava demais e era até irritante, ainda mais porque eu não estava sentindo medo como os outros ajoelhados ali.

— Vocês acreditaram mesmo que iriam invadir o meu santuário? Acreditaram que podiam roubar das minhas coisas, abusar das mulheres da minha comunidade e não teriam consequências?— Negan perguntou caminhando de um lado pro outro e então começou o uni- duni- te deixando todos tensos sobre quem ele iria escolher.

Ele parou o bastão na frente do meu rosto, dizendo; Escolhida foi você e quando algumas pessoas começaram a ficar nervosas pro que estava para vir, eu ri e revirei os olhos, me levantando.

— Precisava desse teatro todo?— Perguntei e ele deu de ombros, se divertindo com toda pressão psicológica que estava fazendo.

—Ah, você me conhece Mayazinha, sabe que eu não ia perder a oportunidade — Respondeu apoiando Lucille em seu ombro— Agora me diz, quem são os merdas que acharam que podiam me enfrentar?

— Você tava com ele esse tempo todo?— Ouvi Lucia, uma das líderes da comunidade gritar e eu virei meu rosto pra ela com um sorriso.

— Você é bem burra né? Tá bem claro que eu estava— Respondi e então meus olhos seguiram para Derek que me olhava com decepção e mágoa e eu senti meu coração doer, ele não merecia passar por isso.

Meus olhos percorreram a o local observando rostos tensos e expectantes. Sabia que minha resposta teria implicações, mas não podia hesitar. Minha lealdade estava com Alexandria e com o santuário, passar um mês com essas pessoas não mudaria isso.

— Aquelas três pessoas ali. — Apontei para os líderes que, até então, passavam despercebidos na multidão. — Eram eles quem faziam coisas ruins, sem piedade. E aquela mulher— Apontei pra Lucia que agora tremia.

Os olhos de Negan seguiram minha indicação, avaliando os supostos responsáveis pela crueldade. Um silêncio pesado pairou no ar antes de Negan tomar sua decisão.

— Bom, parece que temos algo a resolver aqui. — Ele declarou, voltando sua atenção para os líderes acusados.

A atmosfera no local mudou, revelando uma dinâmica imprevisível que eu mal podia controlar. Eu havia jogado minhas cartas, esperando que aquela escolha de denunciar os verdadeiros responsáveis resultasse em justiça.

Qualquer pessoa que assistiu a série, sabe o que aconteceu em seguida, eu admito que fechei meus olhos em grande parte do tempo, ver na TV era completamente diferente do que ver na vida real e eu lutei muito para não vomitar e quando tudo acabou, Negan se aproximou de mim novamente.

—Quem são as pessoas que você me falou?— Perguntou e eu respirei fundo antes de abrir os olhos novamente.

—Esse aqui— Apontei para Derek— Ele tem uma irmãzinha, só um pouco mais velha que a Judith, ela também e mais uma mulher grávida, um homem e uma senhora.

Derek entrou em desespero ao me ouvir fae sobre a irmã caçula dele, eu sabia que ele tenta proteger ela o tempo inteiro e só por isso aceitou vir nessa invasão ao santuário pois disseram que se ele não viesse, a irmã dele iria virar comida de zumbi.

—Relaxa garoto, ela salvou vocês, você, sua irmã e essas pessoas que ela citou, serão os únicos que não vão trabalhar pra mim, vão viver na comunidade dela, em segurança e em paz — Negan respondeu calmo, entendendo a situação de Derek. — Agora vai buscar o restante do pessoal... E leva o Carl com você.

Olhei pra ele em reprovação mas ele me ignorou completamente dando de ombros, eu estendi meu dedo do meio para Negan e ele devolveu e então; Eu, Carl e Derek seguimos para a comunidade.

O caminho de volta para a comunidade era permeado por um silêncio tenso. Carl caminhava ao meu lado, a expressão preocupada evidente em seu rosto. Eu podia sentir o peso de suas palavras não ditas pairando entre nós, mas eu não estava pronta para encarar aquela conversa.

— Maya, precisamos conversar sobre o que aconteceu antes de você se infiltrar. — Carl tentou iniciar a conversa, mas eu o ignorei, focando meu olhar à frente.

Em vez de responder a Carl, minha atenção se desviou para Derek, que caminhava um pouco à frente. Uma raiva fervente parecia pulsar nele, e eu sabia que teria que lidar com as consequências da minha escolha.

— Derek, precisamos esclarecer isso. — Chamei, tentando alcançar e.

Ele parou e se virou para mim, os olhos queimando com uma mistura de emoções.

— Você é uma traidora, Maya. Traiu todos nós. — Derek disparou as palavras com amargura, seu rosto contorcido pela raiva.

— Eu fiz isso para proteger minha família, para proteger todos vocês. Se não fosse por mim, você e sua irmã estariam mortos agora. — Respondi, buscando justificar minhas ações.

Derek bufou, desdenhando da minha explicação.

— Não venha com essa conversa de heroína. Você fez isso por você mesma. — Ele retrucou, a decepção marcando suas palavras.

— Derek, eu... — Tentei argumentar, mas fui interrompida.

— Se é assim, então o que significou para você o nosso beijo? Não valeu nada? — Derek perguntou com rancor, sua voz ecoando entre nós.

Carl, que até então se mantinha em silêncio, se intrometeu na conversa, visivelmente incomodado.

— Vocês se beijaram? — Carl perguntou, seu olhar fixo em nós dois, a tensão no ar se intensificando.