Capítulo um

60 14 8
                                    

Detlev se debruçou sobre o balcão de mogno do bar na esperança de descansar um pouco as pernas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Detlev se debruçou sobre o balcão de mogno do bar na esperança de descansar um pouco as pernas. Era uma sexta-feira e o movimento era grande. Uma quantidade absurda de pessoas lotava a pista de dança, se mexendo ao som de Rebel Rebel, do David Bowie. Detlev batucou os dedos na madeira no ritmo da música enquanto observava os casais se amontoando na escada que dava acesso aos quartos no segundo andar.

O Olimpo era conhecido por oferecer serviços versáteis: algumas pessoas iam pelas ótimas bebidas e músicas, outras iam pela quantidade de bons traficantes que frequentavam o local, e também tinha aqueles que iam aproveitar a infinidade de garotas e garotos de programa que sempre rondavam o quarteirão onde o prédio era situado. Detlev gostava do emprego e já estava nele há três anos, era amigo do dono.

Joe, um cara com quarenta e tantos anos, costumava dizer que Detlev o lembrava o seu falecido filho, e ele desconfiava que tinha sido por isso que o homem não o tinha dispensado do emprego quando Detlev passava mais tempo usando drogas no banheiro do que trabalhando, ou quando ele chegava no trabalho completamente cold turkey, obrigando Joe a conseguir alguma coisa para ele, e, em algumas épocas mais sombrias, levando-o para o pronto socorro quando ele tinha princípios de overdose. Agora, Detlev sentia que finalmente estava compensando todos os danos que ele havia causado. Ele fazia horas extras sem cobrar, sempre ficava até o Olimpo fechar, ajudava na organização do estoque, cuidava do bar e até limpava os banheiros.

O problema era que, mesmo pagando o máximo que podia e até mais do que deveria, o salário que Joe oferecia era uma merda, ainda pior quando comparado com os trezentos mil dólares que Detlev devia a Axel. Mas ele não tinha opção, primeiro porque ele sabia bem que mesmo passando seis meses limpo, ele era instável demais para trabalhar com alguém que não fosse tão maleável e compreensivo quanto Joe, e segundo porque seu visto nos Estados Unidos havia vencido há anos, sem contar no histórico criminal e nas diversas passagens por clínicas de reabilitação, todas sem sucesso.

Todo o pouco dinheiro que Detlev ganhava era destinado a pagar sua dívida, sendo retirado apenas o suficiente para que ele não passasse fome ou morasse na rua. Ele havia solicitado a Joe que recebesse, em vez de diárias, um salário mensal para poder dar à Axel dinheiro com menos frequência, mas em maior quantidade. No entanto, nas últimas semanas Axel estava se mostrando impaciente e Detlev estava com medo. Na semana passada dois dos homens de Axel encurralaram Detlev em um beco sem saída e os espancaram até ele perder a consciência, mas isso só tinha servido para deixá-lo com hematomas horríveis e para que ele gastasse mais ainda nos medicamentos para tratar dos cortes. Ele sinceramente estava evitando pensar no que viria a seguir.

– Det, um cara se picou no banheiro masculino e perdeu a consciência. Joe mandou você tirá-lo de lá porque está congestionando o banheiro. – Amanda, uma simpática ruiva de seios fartos e olhos azuis entrou pelo balcão e se posicionou ao lado de Detlev, igualmente se debruçando sobre o balcão. – Eu fico no bar enquanto isso.

Sex, Drugs, Etc.Onde histórias criam vida. Descubra agora