Capítulo sete

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Louis se aproximou de Detlev e ameaçou tocar em sua mão, que estava descansada para fora da banheira. Ele não estava morto. Não podia estar. Axel o mataria se descobrisse que a única pessoa que ele tinha ordens para vigiar tinha morrido. Quando os dedos de Louis tocaram a pele gelada de Detlev, o rapaz abriu os olhos assustado.

– Porra! Sai daqui! – Berrou desnorteado, se debatendo na banheira.

– Detlev! Calma, cara! Sou eu. – Louis o segurou pelos ombros e encarou seus olhos dúbios. O olho esquerdo quase não se abria devido a um corte na sobrancelha que tinha inchado muito. O homem estava praticamente irreconhecível.

– Louis? Ah, graças a Deus. Pensei que fosse o... – Detlev conteve as palavras, fechando os olhos e recostando a cabeça na banheira novamente. – Esquece. Eu achei que você já era meu diabo particular. Da próxima vez peça para Axel que te mande, o outro cara bagunça muito.

– Bryan que revirou tudo?

– Sim. – Murmurou. Parecia estar quase inconsciente de novo. Louis pensou em perguntar quem tinha feito aquele estrago no rosto dele, mas sabia que naquele momento ele não responderia.

– Por que você está largado aqui? Você precisa de um médico. – Disse analisando o ambiente ao redor. Estava uma merda.

Detlev abriu os olhos e o encarou novamente. Desviou o olhar e pareceu ter provado algo muito amargo antes de abrir a boca.

– Não consigo e não posso. Tem um corte na minha barriga e eu não consigo andar. – Admitiu. Louis enfiou a mão na água suja e tateou a barriga de Detlev, que reclamou de dor ao ter o corte tocado. Retirou a mão e constatou que ainda sangrava muito.

– Merda, Detlev! Isso foi feito com o que? Se continuar aqui, vai morrer. – Falou com obviedade.

– Não posso ir ao hospital. Eu sou ilegal. Vão me deportar. Foi uma faca enferrujada.

– Porra, você é vacinado contra tétano?

– Já me piquei com seringas muito piores.

O loiro o encarou por alguns instantes, ponderando o que fazer. Não podia deixá-lo morrer ali. Ele tinha um trabalho e esse trabalho incluia manter Detlev vivo. Relutando contra os próprios pensamentos, ele alcançou o corpo do moreno e o ergueu no colo.

– O que está fazendo, seu louco?

– Salvando a porra da sua vida. E depois você vai me explicar tudo.

Ele saiu com Detlev nos braços, pingando água por todo o caminho. O deitou na cama e analisou seus ferimentos. Louis não era nenhum profissional, mas tinha feito dois semestres de enfermagem na Imperial College London e sabia quando alguém estava apenas ferido ou gravemente ferido. Detlev se encaixava na segunda opção.

Foi até a cômoda onde se lembrava ter visto uma tesoura e a pegou. Cortou toda a roupa de Detlev, o deixando apenas de cueca, e teve acesso livre ao corte localizado no flanco direito. Também notou diversas outras escoriações que manchavam sua linda pele. O machucado tinha aproximadamente 7 centímetros e estava inflamado, a pele em volta começava a ficar preta e isso era um péssimo sinal. Ele com certeza estava tendo uma hemorragia.

– Você tem alguma caixa de primeiros socorros? E uma linha com agulha? – Solicitou Louis.

– Porra, você vai me suturar? – Perguntou com um sorriso desesperado.

– Você está com hemorragia e o corte está infeccionado, daqui a pouco necrosa ou você perde sangue demais e aí... – Fez um gesto de corte no pescoço. – É daqui para o caixão.

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