– Meu Deus, Loulou! – O rapaz correu e pulou no amigo.
– Oi, Don! – Louis respondeu e tentou não gemer de dor.
– Cuidado, garoto! – Amanda o reprimiu.
– Che cazzo ti è successo, amico? (Que merda aconteceu com você, amigo?) – Perguntou analisando-o de cima a baixo.
– Longa história... – Respondeu Louis. – E então, Malik? Está esperando o que para soltá-lo?
– Porra, Louis. – Malik disse, largando imediatamente um Detlev confuso e indo na direção do loiro. – Você quase me matou. Quando fiquei sabendo que você estava mal eu quase tive um treco.
– Como você soube? – Indagou Louis.
– A gente chegou mais cedo do Texas e lá no galpão todos comentavam sobre a surra que Axel te deu, cara. O que você fez dessa vez?
– Eu... bom...
– Olá? – Detlev bufou. – Ainda estou aqui.
– Você está bem, Det? – Amanda deixou Louis com Donatello e seguiu até o amigo. – Está pálido.
– Estou bem, – Desconversou. – exceto pelos dois desconhecidos que invadiram minha casa e me agrediram.
– Te agredir? Você me deu uma facada, seu merda! – Malik vociferou, apontando para o ferimento no braço. Só então Louis percebeu que Detlev empunhava uma faca ensanguentada.
– Claro, olha o seu tamanho! Eu sei dos meus limites, cara. Não seja uma marica, foi só um arranhão. – A boca de Detlev se contorceu em um bico quilométrico e Louis de repente se lembrou da sua foto quando era criança. Inconscientemente ele sorriu. Além de tudo, Detlev estava certo: tinha sido apenas um arranhão.
– Garotos, parem com isso! – Joe se fez presente pela primeira vez. A casa estava uma bagunça de vozes. – Já que está tudo sob controle, vou trabalhar. Ao contrário de vocês, desocupados, eu tenho mais o que fazer.
O homem se despediu de todos com o olhar e caminhou em direção à porta. Antes de sair, olhou por cima do ombro e disse:
– Detlev, seu turno começa às nove. – E saiu.
– Porra. – Detlev xingou. Ele não estava se sentindo bem, já tinha se xingado mentalmente tantas vezes que não poderia contar. – Vou deixar vocês se beijarem, não transem no meu sofá. – Grunhiu e passou por todos indo em direção ao quarto e sendo seguido pelos olhos claros de Louis.
Na próxima hora, seus amigos falavam sem parar sobre coisas e mais coisas, mas ele não prestava atenção. Tinha parado de se concentrar ao ver a expressão doente no rosto de Detlev e sua mente estava em um turbilhão de pensamentos.
– Vai lá ver como ele está, Lou. – Amanda disse complacente. – Eu fico aqui com os rapazes.
Ela tinha se enturmado rapidamente com eles, que agora conversavam sobre a vida de Malik no seu país natal e tinha até feito um pequeno curativo nele. Louis firmou mais os pés no chão e girou nos calcanhares, seguindo o caminho que Detlev tinha feito algum tempo antes e entrando no quarto. Não o encontrou em lugar algum, mas a porta do banheiro estava entreaberta. Um barulho de regurgitação seguido de líquido caindo e gemidos de dor se fez presente no ambiente.
– Meu Deus! – Exclamou ao entrar no banheiro. – Que porra você tem?
Detlev estava de joelhos, debruçado sobre o vaso sanitário. Seu rosto estava pálido e suado, a cor tinha se esvaído totalmente.
– Estou bem, vá e continue fazendo sala aos seus amigos. – Respondeu tentando disfarçar a dificuldade daquele ato. Seu cenho se franziu em uma careta e ele enfiou a cabeça no buraco do vaso de novo, vomitando mais. Louis lançou uma olhadela ao líquido que saía do rapaz e viu que estava transparente como água.
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Sex, Drugs, Etc.
RomansDepois de uma infância e adolescência difícil e violenta, Detlev tem uma dívida centenária e um histórico criminal impossível de ser apagado. Trabalhando dia e noite no Olimpo, ele tenta incessantemente pagar o que deve e se manter limpo da heroína...