Detlev sentiu o homem apertar no colarinho da sua camiseta, fazendo-o sufocar. Ele era consideravelmente maior, mais assustador, provavelmente melhor em brigas e ainda por cima poderia estar armado. Mas Detlev estava chapado e se achando invencível, então não pensou duas vezes antes de falar:
– Heiliger Strohsack! (Caralho!) Me deixe em paz, seu merda!
O punho dele cortou o ar quase na velocidade da luz e acertou em cheio o nariz de Detlev, que jorrou sangue, mas isso não o balançou nem um pouco. Sentia-se anestesiado pela droga, estava incapaz de sentir dor. Se desvencilhou do homem com um movimento só e desferiu três socos seguidos no seu rosto. O outro também não pareceu se importar com o nariz igualmente sangrando, mas franziu as sobrancelhas em espanto.
– Seu filho da puta drogado de merda! – Exclamou e partiu para cima de Detlev. Os dois se agarraram e foram ao chão. O mais baixo conseguiu ficar por cima do corpo do outro e desferiu vários golpes em sequência. O homem, entretanto, não teve dificuldades de girar o corpo de Detlev e ficar por cima. Agarrou os pulsos agitados dele e os segurou firmemente.
– Me larga! Lass mich in Ruhe, du Müll! Ich werde dich töten! (Me deixe em paz, seu lixo! Eu vou te matar!) – Detlev gritava. As pessoas começaram a se amontoar para ver a briga. Alguns gritavam por ajuda, outros incentivavam a violência.
De repente um corpo alto se aproximou, atropelando quem estivesse pela frente.
– Larga ele agora, Louis. – Disse Joe com um olhar duro direcionado ao maior.
– Não se meta, isso é assunto do Axel. – Louis respondeu.
– Se envolve Detlev, é assunto meu. Largue o garoto.
– Que merda, Joe. Conhece esse cara? – Detlev entrou na conversa. A fala estava comprometida pela quantidade de sangue que havia em sua boca, fazendo com que todos ao redor não ouvissem nada além de murmúrios. Joe o encarou em silêncio e o analisou por alguns segundos. A verdade veio como uma pancada no rosto dele, e ele recuou como se tivesse levado um tapa.
– Detlev, você tá drogado? – Ele acusou.
– O quê? – O rapaz cuspiu o sangue.
– Que merda, Detlev! – Agora o mais velho gritava. – Você estava limpo há meio ano! Que porra você tomou? – Ele avançou para cima do rapaz e arregaçou a manga de sua camiseta social. – Detlev, você se picou?
– Porra Joe, não! Foi só um captagon. – Detlev eludiu.
Louis ficou parado observando a discussão dos dois. Joe xingava Detlev, tentando analisar seu braço. Detlev por sua vez tentava se defender, esquivando-se do aperto. De repente uma voz feminina e firme gritou por cima das pessoas que acaloravam a briga. Era Amanda, que tinha se esgueirado pela multidão até chegar neles.
– Mas que merda é essa? Joe! Detlev! Parem já!
Ela puxou ambos pela gola das suas roupas e eles finalmente se largaram. Ao redor era possível ver todo o público da boate – que, por ser um sábado, era muito – assistindo toda aquela confusão de camarote. Amanda olhou para o entorno e depois voltou os olhos furiosos para os três homens.
– Você. Você. Você. – Ela disse entredentes, apontando para os protagonistas da confusão. – Para. Cima. Agora.
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Sex, Drugs, Etc.
RomanceDepois de uma infância e adolescência difícil e violenta, Detlev tem uma dívida centenária e um histórico criminal impossível de ser apagado. Trabalhando dia e noite no Olimpo, ele tenta incessantemente pagar o que deve e se manter limpo da heroína...