Velocidade Constante

Capítulo 9

Amy Miller e Noah Wilson, esses são os dois pilotos a quem estávamos tentando descobrir. David contava cautelosamente de como suspeitava que eles também são os alvos de ataques do criminoso.

- Eu conheço eles desde meus oito anos de idade, amigos de infância. Amy é de uma linhagem de família rica e esnobe, seu avô e seu pai foram ex-pilotos da fórmula 1, então por influência de sua família, ela passou a participar das corridas quando tinha por volta dos 18 anos. Noah é um piloto de carro esportivos, mas nunca foi muito a sua praia, na verdade ele gostava mais de atividades nas alturas (como escalagem ou paraquedismo) mas acabou entrando para as corridas após se decepcionar quando não consegui passar na prova de paraquedista militar. — Todos estavam calados ouvindo sua explicação, cuidadosamente falada. Katy já tinha acabado de fazer as panquecas, colocando nos pratos, ela pegou o pote de mel e jogou delicadamente em cima da massa, deixando-a suculenta. — Nós sempre participamos de corridas em trio, ganhávamos e depois celebramos a vitória em algum restaurante, comendo e rindo. Somos quase inseparáveis. — Senti um sorriso leve abrir em meus lábios quando ouvir ele falar, lembrando dos meus irmãos, que não participaram das corridas comigo, mas sempre ficavam felizes com minhas vitórias e sempre me ajudaram a fortalecer em minhas derrotas. — Mas as coisas começaram a mudar quando as ameaças de violência apareceram para nós. 

 Eu os entendia muito bem nessa parte, é muito comum levar alguns heters  por causa do seu desempenho nas corridas. Nunca coloquei em minha mente que agradaria todo mundo, mas as pessoas levam muito para o lado pessoal, falando de maneira ignorante e sem delicadeza sobre suas opiniões. Infelizmente (ou felizmente) os xingamentos que levo chega a ser ate mais leve que alguns outros pilotos, de maioria os comentários sempre eram:  

 "Voce não serve para ser pilota, não sabe nem conduzir uma moto. Esquece isso vadia" ou até mesmo "Se não fosse tão gostosa eu nem veria as corridas de tão ruim que ela é." e um dos piores: "Certeza que ficou famosa pela sua beleza, por que de habilidade não tem nada kkkk"

 E o que me deixa mais puta é que muitos desses comentários são de mulheres! Mulheres que acham que chamo atenção pelo meu corpo ou por ser bonita. Rivalidade (ou inveja) feminina é uma porcaria. 

  — Estávamos acostumados com  esses tipo de situação, até que a coisa começou a sair do controle quando os assédios e comentários maldosos foram para a agressão física. As ameaças que eram somente verbal, começou a dar medo. A maioria era: "Um homem gostoso desse não sabe pilotar uma porra de moto? Que desperdício" "Vai se fuder! Aprende a pilotar seu desgraçado." "tomara que um dia a policia pegue e o enche de bala kkkkk" e o que já estava ruim, piorou para: "Se eu pego esse filho da puta eu bato nele! Nem para ganhar essa porra de corrida. Toma no cú" "Vou te caçar seu covarde, voce vai ver só, vou te mostrar como ganha uma corrida." "Se eu te pego na rua voce esta fodido." "Se não sabe pilotar uma moto, tomará que seja bom no pau, por que pelo menos é gostoso" "Tomará que morra kkkk" — David citava os comentários em que recebia e senti um embrulho no estomago, com vontade de vomitar com a maldade humana. Cheguei a afastar o prato de panquecas de minha frente, pois meus pensamentos não me ajudava a olhar para a comida, e dar fome. — E o que era somente um comentário maldoso começou a ser ameaçador, até que um dia isso mudou drasticamente para pior. Foi a três messes atrás, quando decidirmos participar de uma corrida na zona sul da cidade. Nada estava estranho, tanto que a corrida começou e estava tudo indo bem. Até que chegamos no meio da corrida e um grande estrondo foi ouvido pelas ruas de terra. Não olhamos para trás na hora, apenas pensávamos que seria apenas um motoqueiro que caiu e a moto foi em direção a alguma árvore, batendo e resultando no barulho, mas somente depois que chegamos na linha de chegada que ficamos sabendo da notícia. — Ele fez uma pausa necessária, para organizar seus pensamos, muita coisa estava acontecendo e isso estava tirando o raciocínio lógico de todos daqui.