As manhãs sempre eram iniciadas com risadas ou com as gracinhas que Rule fazia, principalmente com Katy, e eram banhadas por conversas que poderiam ser ouvidas por toda a casa.Portanto, hoje eu não fui acordada com os gritos da Katy e as risadas de Rule e Jonh. Estava um clima frio igualmente aos pequenos flocos de neve que caiam do lado de fora. Massageando meus olhos com minhas mãos, eu foco minha visão no teto de madeira do meu quarto, enquanto tiro alguns fios de cabelo de meu rosto.
Sem muita moleza eu me levanto de minha cama para começar a me arrumar, já que o dia vai ser longo. Estou sentindo meus olhos ficarem cansados somente em pensar.
- Bom dia, Mira. - Ouço Rule se referir a mim quando entro na cozinha, ajustando a minha calça preta justa.
Sorri como resposta para o garoto, ao mesmo tempo que meus olhos passeavam pelo cômodo, localizando Jonh bebendo um café perto da bancada.
- Cadê a Katy? - Perguntei e vi Rule fazer uma careta.
- Ela não saiu do quarto até agora.
É claro que ela não saiu, ela nunca sai, sempre espera que alguém vai atrás dela procurar resposta pelo seu sumiço, para depois jogar na cara tudo o que pensa.
Como irmã mais velha, minha responsabilidade e maturidade caiu sobre meus ombros, me culpando se por acaso eu não fizer alguma coisa.
Dei meia volta e fui em direção ao seu quarto, depois de atravessar a sala de estar.
- Katy, abre a porta. - Dei três batidas na madeira, mas nenhuma resposta. - Eu sei que você está acordada. - Novamente, nenhuma resposta.
O silêncio já estava me deixando irritada, então aproveitando o salto médio de minha bota preta, eu dei alguns passos para trás.
- SE ESTIVER PERTO DA PORTA, É MELHOR SE AFASTAR — Jonh sem nem ao menos observar a situação, gritou da cozinha, já prevendo meus movimentos.
Por incrível que pareça isso acontece mais vezes do que o imaginável. Então todos ali presentes, estavam agindo normalmente, como se fosse a manhã mais normal de todas.
Dando um impulso para frente, acertei a fechadura da porta com minha bota, quando a chutei fortemente.
- Ai que susto, porra! - Katy que estava deitada em sua cama, com seu fone de ouvido e seu celular, se assustou quando percebeu que eu entrei a força em seu quarto. - A privacidade enfiou no cu? - E claramente, também estava com raiva.
- Tavez ela esteja no mesmo lugar em que está sua empatia. - Eu não gostava do jeito em que as vezes eu conversava com Katy, ela me irritava e isso faz com que eu a trate de uma forma mais agressiva, mas eu juro que tento me controlar o máximo. - Você não pode ficar aqui no quarto até as horas que quiser, você tem família, pelo menos dê sinal de vida.
- Ah! Então a irmã mais velha quer falar de família? - Eu já estava prevendo a briga. Na verdade, ela já estava acontecendo. - E a onde estava essa sua personalidade de familiaridade quando estava sendo quase morta na corrida? - Ela falava fazendo feições faciais irônicas. - Porra Miranda! Está de sacanagem?
- Como eu saberia que existia uma pessoa que pretendia me matar? Você acha que eu sairia de minha casa e deixaria meus irmãos mais novos aqui, sozinhos, sabendo que eu morreria? — Eu tentava deixar meu tom baixo, mas meus instintos falavam mais altos e minha voz aumentava cada vez mais. — Eu treinei semanas para isso, por que eu jogaria isso tudo no lixo?
Ela odiava quando eu aumentava o tom de voz com ela. Seus olhos se enchem de água, por ódio ou por tristeza, mas não deixa a sua postura corporal vacilar.
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Velocidade Constante
RomanceOs motores estavam ligados, fazendo roncados altos e estrondosos. Os pneus deslizavam no chão, colocando sua marca no asfalto. Os gritos de animação da plateia conseguia tremer uma arquibancada inteira. Mas também havia um snipper, camuflado entre a...