Trigger Purple

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Red explorou o shopping, depois foi às ruas da cidade. Não importava o quanto procurasse, não encontrava nenhuma criança. Todas elas haviam fugido ou sido pegas pela Invocação do Raio.

Com as notícias que ninguém queria ouvir, ele voltou até George e Carly. Red não esperava encontrar ninguém, é claro. Porém, até mesmo ele estava chocado pelas mortes de tantas crianças.

— Ninguém...? — perguntou George, sem acreditar nas palavras de Red.

— A White é a última habitante do Orfanato. Vamos embora, a Invocação parece ter ido por outro caminho. Podemos prosseguir.

Enquanto Red se dirigia até a saída da loja, George segurou a mão de Carly.

— Aí, Carly — disse George — já ouviu falar de Aarkin?

— Aarkin...? — perguntou a garotinha, confusa com o nome estranho.

— Black — interrompeu Red — não devemos tirá-la daqui.

— Red, não dá pra deixarmos ela sozinha. Ela é só uma garotinha, quanto tempo vai demorar pra outros Triggers acharem ela?

— Escuta aqui — Red virou-se para trás, sem deixar suas intenções claras — se a White vier conosco, ela vai morrer. Não é seguro ficar perto de mim.

— Certo — retrucou George, confiante — eu vou me responsabilizar pela Carly. Se algo acontecer com ela, a culpa vai ser minha.

— Ótimo. Não quero me sentir culpado pela morte de outra Trigger.

Red pegou sua mochila e deixou o shopping, sendo seguido por George e Carly logo depois, que ficaram alguns minutos para trás arrumando uma mochila para a garota. Carregar o enorme rifle de precisão de Carly era difícil, então George acabou responsável tanto por sua mochila quanto pela da menina.

Os três Triggers prosseguiram pelo centro da cidade vazia até saírem dela, se aproximando cada vez mais da costa do mar. Red ouviu falar que Aarkin era banhada por uma enorme e bela praia, então talvez fosse mais fácil achá-la se seguissem por áreas próximas à água.

Antes de chegar em qualquer praia, eles caminharam por uma longa estrada fora da cidade, cercada apenas pelo nada, como se fosse um grande deserto. Haviam diversas plantas que só podiam ser vistas em uma região como essa, que nenhum dos três havia visto na vida. Vestígio de morte e guerra pareciam acompanhá-los por todo o caminho, com vários aviões destruídos no meio do deserto, que foram derrubados há anos.

Quando a noite caiu, os três procuraram por um abrigo, achando um caminhão com um reboque no meio da estrada, que logo descobriram se tratar de um trailer ao achar quase uma casa inteira dentro dele. Parecia ter sido recentemente abandonado, como se alguém ainda morasse naquele veículo.

Em uma bancada dentro do trailer haviam diversas ferramentas, como chaves, máquinas de solda e furadeiras. Também tinham alguns circuitos espalhados, placas de metal e baterias. Quem quer que vivesse nesse veículo, sabia mexer com equipamentos eletrônicos.

— Tem algo errado — disse Red, checando os armários do trailer. Ainda havia comida e garrafas de água. Se alguém de fato morasse ali, não devia estar longe.

— Red, o que houve? — perguntou George, segurando a mão de Carly, apreensivo. — Você parece preocupado.

— Esconda a garota em algum lugar.

Seguindo as palavras de Red, George arrastou Carly e a escondeu no banheiro do trailer. Sabe-se lá o que o homem mascarado iria fazer, era melhor apenas obedecer.

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