Dezesseis

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Suspirou, dando-se por vencido.

—  Meu pai foi um bom homem, do jeito dele.  Nunca deixou nada faltar, minha mãe, bem. — as últimas lembranças dela não eram tão boas, a Uchiha de leito, à beira da morte, algo que Sasuke evitava  pensar. Na época que sua mãe adoeceu, ele fechou os olhos para tudo, se isolou.   Apenas a ideia dela o deixar o deixava irado. Seus últimos momentos causaram um efeito nele de casulo, onde o rapaz priorizou outras coisas porque não conseguia encarar aquela realidade. Ele se afastou por não conseguir lidar com a situação. E tinha o seu irmão mais velho, não importava a situação, ter Itachi por perto era sinônimo de segurança. Julgou que sua mãe não precisava dele, tendo ao lado o primogênito. — Minha mãe foi a melhor mulher que já pisou nessa terra. — não merecia o fim que teve! Principalmente a minha ausência. Afirmou em sua mente. 

— E como ela era Sasuke? 

— Doce. — ele deixou escapar um sorriso no rosto. — Vivia cantarolando pela casa, principalmente na cozinha enquanto preparava o almoço. Diferente do senhor Fugaku, minha velha parecia gostar dos dois filhos de maneira igual, às vezes eu chegava acreditar até que era o preferido dela. — sua feição ficou mais leve enquanto falava da mãe.  Hinata o incentiva a continuar assentindo a cabeça, bem normal como uma conversa de mesinha  de bar. 

— Quando você disse que a sua mãe foi a melhor mulher, isso é- 

— Ela está morta. — a interrompeu. 

— Entendo, sinto muito Sasuke. — mais alguns segundos de silêncio se fez entre eles. — Você  acha que consegue continuar falando sobre isso, ou você quer mudar de assunto. 

— Eu acho que nunca conversei sobre a morte da minha mãe com ninguém, nem pra Sakura. — o rapaz cerrou os olhos passando a mão sobre o rosto. — Ela foi embora e eu nem consegui dizer o quanto eu a amava, tudo porque eu não queria que ela morresse, eu estava com ódio dela. — seus olhos se encheram de lágrimas e o rapaz fez questão logo de secar. — Na época, com minha cabeça de moleque, eu achava que era sua  culpa.  

— Eu entendo Sasuke.  A morte é algo difícil de superar, de lidar. Sabe, você não é o primeiro, nem o último que preferiu se isolar, que optou pela negação no momento mais duro.  Que  não quis tocar nessa ferida que tanto dói. Mas esse tipo de ferida, não pode ficar aberta, tem que ser limpa, por mais que doa, até a cicatrização.  Às vezes as pessoas romantizam feridas como se fosse algo que você tivesse que levar por toda a vida, mas a única coisa que você tem que levar são as cicatrizes, fechadas é claro, elas são as provas do que você passou, que doeu, que foram dias ruins, mas que também se fechou, que você superou, venceu, aprendeu.

— Me pergunto se eu sou capaz de aprender mesmo. 

— Todos somos, o ser humano é feito disso desde o primeiro suspiro de vida, de aprender, evoluir. Você não é diferente, basta querer Sasuke.  Se você achar que está pronto para abrirmos essa ferida, limpar, cuidar até que se   feche do jeito certo e cicatrize, assim como tantas outras eu posso te ajudar. 

— Então você também é psicóloga.  — o rapaz brincou.  

— Digamos que incompleta. — a Hyūga o respondeu divertida. — Quem saiba com um paciente eu não destranque e volte com o curso. — riu. — Que tal nós vemos todas as terças-feiras? — a morena olhou no relógio do seu pulso. — Uns quarenta minutos, quem sabe cinquenta… — o encarou com leveza. — Eu sei que você consegue! 

— Tsc.. Eu não prometo nada! 

— Haaa, certo! Você ainda tem meu cartão? — ela fez menção de pegar outro em sua carteira. 

O CUNHADO ( Itasaku| SasuSaku )Onde histórias criam vida. Descubra agora