Três

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Pela manhã seguinte Haruno acordou com a cabeça explodindo, era como se tivesse alguém batendo em sua cabeça com martelo. Horrível! Logo percebeu que  sua cama estava vazia e talvez fosse até melhor ir se acostumando dessa forma, porque do jeito que seu casamento estava indo… Hum… complicado. 

Resmungando com toda a sua enxaqueca foi rateando o criado mudo até encontrar seu celular. Assim que desbloqueou a tele sua vista doeu com a sensibilidade da luz tão próxima, já eram  quase 10 horas da manhã, se fosse um dia normal estaria com olhos arregalados e saltando da cama, mas não era.  Estava impossibilitada de fazer movimentos bruscos e não tinha a mínima vontade de sair daquela cama. Apenas bufou! Continuou deitada na imensidão de sua cama solitária, apesar do silêncio sepulcral no quarto, haviam zumbidos em sua cabeça. 

— Porra! Eu bebi tanto assim? — perguntou para si, tentando lembrar dos acontecimentos da madrugada. 

Que droga! Precisava ligar pro consultório.

Sua mente fragmentada foi juntando os cacos, como um quebra cabeça. Se irritou  só de lembrar da cara do Sasuke a chamando de louca no estacionamento. Levantou-se indo para o seu banheiro, o chão parecia está macio, sua visão um pouco embaçada, estava mais que comprovado,  era péssima com a bebida, não tinha tolerância alguma.

Entrou em sua banheira  deixando vir todas as suas frustrações. Ser mulher, a melhor no que fazia e ainda assim não ter o reconhecimento merecido por não ter um pênis entre as pernas. Por ser mulher, muitas das vezes é ser tratada como inferior? Como se a sua posição fosse abaixo de um macho! Que merda! Lutou tanto para se formar, quanto para alcançar suas conquistas. Perseverou pelo seu casamento mas nada que fazia parecia ser o suficiente. 

As frustrações de em sua vida se misturavam. Seria mais fácil se tivesse na posição dele? Ou se fosse homem pra ser menos julgada? 

E falar em ser homem, em pênis, aquela coisa grossa,dura que consegue ser macio ao mesmo tempo, por quê precisa tanto disso? 

E qual é o problema do Sasuke?

Será  que ele não tem mais um?

Tudo bem! E se ele não tiver?

O problema não era só uma rola! 

Era um carinho, um toque, um interesse, tudo que ele havia perdido por ela. 

Um cacete duro e grande faria falta? 

AAAAAAAA!!! Sua mente estava um caos. 

Sim, não poderia mentir. Fazia falta sim. Mas se ele desse mais atenção aos seus sinais de insatisfação. Se ele parasse de fugir das discussões, nem tudo seria uma piroca! Ou é? 

Ainda tinha seus pais que não paravam de perguntar pelos netinhos ... Netinhos ... netinhos…

Mais que se foda o mundo! 

Sakura saiu daquele banho com a cabeça ainda mais conturbada. Seus pensamentos engoliam um ao outro e no fim ela só se sentia mais frustrada e sozinha. 

Puxou um blusão do seu armário, aquela roupa para dias de derrota. Uma calcinha de algodão que geralmente gostava de usar nos dias vermelhos, cheio de ursinhos e carrinhos. Se perguntou sobre a lógica dos desenhos. Mas enfim, se ela comprou, está comprado! Deu os ombros. 

Frente ao largo espelho que pegava do teto ao chão do closet, houve um choque de realidade.  Estava péssima como se um trator tivesse a atropelado. Sentiu-se infeliz, vazia, insatisfeita com o que via. Aliás  essa palavra estava virando o Slogan da sua vida, INSATISFEITA.

O CUNHADO ( Itasaku| SasuSaku )Onde histórias criam vida. Descubra agora