09.Malvado favorito

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Mathias

Cai dentro da escuridão e tento de todos os jeitos me levantar, mas parece inútil, Fehrat deve ter me odorizado, o que com certeza, me fez entrar nesse estado, mesmo que eu me recuse a dormir, porque tenho que evitar uma desgraça de acontecer, mesmo odiando Patrick, não queria que ele morresse por minha culpa e nem que Fehrat sujasse suas mãos por mim. Me levanto, tonto, me seguro nas coisas, ao abrir os olhos vejo que estou na casa do Fehrat, caio no chão e fico ali por alguns minutos. Me levanto e saio da casa dele, me seguro nas paredes e minha visão turva me trai e me faz tropeçar na rua, mas sigo o caminho dos galpões onde eles torturam as pessoas e essa era a parte de boa de morar tanto tempo no mesmo lugar: Você conhecia tudo de olhos fechados.

Paro por alguns minutos e me encosto na parede, se alguém me visse acharia que estou bêbado ou drogado, a sensação de lutar contra o sono, é cansativa e abro os olhos, vejo que estou no caminho certo, continuo andando enquanto me seguro nas paredes, escuto a voz do Otto me chamar.

_ Mathias, Mathias, o que está fazendo aqui porra?

_ Cadê o Fehrat? Preciso dele aqui! – Pergunto e olho ao redor, o procurando e Otto xinga.

_ Merda, Mathias.

O meu corpo me trai, mas antes que eu caia, alguém me segura e Fehrat diz puto.

_ O que porra você está fazendo aqui?

_ Não matar ninguém. – Digo, enquanto tento lutar contra o sono e ele pergunta sem entender, segurando meu rosto.

_ O que você veio fazer aqui?

_ Impedir que você faça uma loucura, Fehrat. – Explico como se fosse obvio e ele rebate.

_ Ele mexeu com você e vai pagar por isso, não tem nada que você possa fazer.

_ Não quero que suje suas mãos com ele, ouviu? E você não vai! – Ordeno, seguro sua blusa e ele questiona me olhando com raiva.

_ E porque não? Ele não seria a primeira pessoa que eu mato e seria um prazer fazer isso com ele. Menos um playboyzinho na terra que acha que pode fazer o que quer sem que tenha consequências.

_ Não me interessa. Se quiser bater nele, bata! Mas não vai matar ninguém essa noite. Está ouvido e não me desobedeça! – Grito com ele, que me encara em silêncio e rebate.

_ Você não manda em mim, Mathias. É o meu fiel, mas não abuse disso.

_ Mando sim e se você gosta tanto de dizer que sou o seu fiel, então faça o que eu quero. – O enfrento, mas ele não me responde e sinto quando ele começa a andar comigo, encosto minha cabeça no ombro dele e ele avisa.

_ Vou te colocar sentado.

Ele me senta e meu corpo quer ir para frente, mas ele coloca as mãos no meu ombro me impedindo de cair e Fehrat divaga.

_ Como consegue defende-lo depois de tudo que ele fez com você? Deve amar demais esse homem para lutar contra a minha odorização e vim até aqui. Sabe que não pode chegar e fazer isso, e como eu fico? Você acha que vou permitir que outro homem maltrate o que é meu? Não vou permitir!

_ Não é por ele que estou aqui. Mas sim por nós. – Faço uma pausa e explico.

_ Se matar o Patrick vou ter o sangue dele nas minhas mãos também e não quero que se envolva nos meus problemas por minha causa, sei que você é malvado e o meu defensor, mas não vai lutar as minhas lutas por mim.

_ Sou malvado e seu defensor? Mathias é sério?

_ Você é o meu malvado favorito. – Ele me lembrava o Gru, do meu malvado favorito e isso me faz rir, mas Fehrat não me responde, mas sei que ele esta ali porque seus braços continuam ao meu redor e peço.

_ Podemos ir para casa? Quero dormir de conchinha.

_ Sim nós podemos, mas preciso avisar o Otto para dar um jeito no verme do Patrick.

_ Não vai mata-lo, não é? – Pergunto olhando no rosto do Fehrat que me encara e por alguns instantes, é nítido como ele está lutando contra o seu instinto e ele avisa.

_ Não eu não vou, por enquanto. Se ele fizer algo contra você de novo, não terei piedade dele e não vai adiantar me pedir, Mathias.

Não respondo e sei que discutir com ele, é uma perda de tempo e esperava que esse susto no Patrick, fosse o suficiente para ele sumir da minha vida de forma definitiva. E não queria ter que lidar com ele, pelo resto da minha vida e nunca perdoaria a traição dele e Fehrat pede.

_ Fica aqui, já volto.

Ele me solta e me encosta na parede, para que eu não caia e cedo ao cansaço e durmo ali, mas tenho a nítida impressão de ter ouvido barulhos de tiros, mas é tarde demais para que eu saiba ser é real ou não.

Meu FielOnde histórias criam vida. Descubra agora