122. Precipício

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[35 dias após o ocorrido com a Hiena]

Nekomin

As vezes você se sente na beira de um precipício, e quando pensa em dar meio volta, alguém vai lá e te empurra. Você então começa a cair e não para mais, sentindo como se não tivesse fim.

Eu neste momento me sinto como se tivesse caindo e não houvesse nenhuma chance de eu me salvar de mim mesmo. Ao olhar no espelho todos os dias após o incidente com a Hiena, me sinto perdido, com nojo de mim mesmo por Malkar ter me tomado e por ter me entregado ao Drogo.

É engraçado que quando achei que não podia ficar pior, as coisas ficaram. Os únicos momento de paz que tenho são quando estou com os filhotes pequenos, eles são inocentes e me ajudam a ver o porquê me mantenho de pé.

Dois dias após o ocorrido, enterrei o Pai Renato e fui até os limites da ilha, vendo pela primeira vez o precipício escuro e sem fim que existia abaixo dela. E por um momento, pensei em me jogar de lá, pensei em me matar e deixar as coisas se desenrolarem sem mim. como a realidade acredita que o perpétuo Hati está morto, provavelmente minha morte também se tornaria definitiva se eu me jogasse.

Eu estava em um cansaço tão grande, com uma exaustão mental tão forte que ao tentar me jogar da beira, só não consegui me matar, pois, Oleg me impediu e me fez um discurso sobre suicídio, dizendo muita baboseira e dizendo que eu tinha filhotes para criar e que estava sendo egoísta demais com eles. Eu literalmente achei uma grande graça o Alfa mais egoísta que conheci até hoje, me chamar de egoísta, provavelmente ele está preocupado mais com a moeda de troca dele. Afinal era assim que ele me via do meu ponto de vista. Mas mesmo após ouvir o discurso do diretor, continuei voltando ao mesmo lugar e olhando o abismo, sentindo que as coisas seriam bem mais fáceis se eu caísse dali.

Meus Pais ao saberem da minha tentativa de suicídio obviamente me repreenderam por eu tentar me matar, mas, acho que eles não percebe que eu não tenho nem controle sobre isso. Minha vida parece estar na mão de tantos seres fortes que mesmo que conseguisse me matar, ainda sim tentariam me trazer de volta.

Já que não podia acabar com meu próprio sofrimento. Como uma forma de me proteger, acabei afastando todos de perto mim. Trocando uma palavra ou outra com Vis e Six e indo apenas as vezes ver os meu pequenos. De resto eu não falo mais com ninguém.

Fony tentou levantar meu astral, mas eu a mandei se afastar e crescer da forma mais escrota possível. Afinal ficar perto de mim só iria machucar ela e a mim. Mas, não foi apenas a Fony que eu afastei, e sim todos, sejam os que chegaram e até mesmo os que estavam do meu lado.

Hoje fico no meu quarto jogando vídeo game enquanto evito sair. Lógico que expulsei Ryo e joguei tudo do Drogo para fora do quarto, e quando Oleg tentou me parar eu mandei ele ir para o inferno e me deixar em paz na frente de todos.

Com o quarto só para mim, eu mudei ele todo para que ficasse mais do meu jeito, na verdade eu o deixei exatamente como era meu quarto quando era Isaías. Exatamente como era no início de tudo. Eu fiz isso pois só assim me sentia protegido de sentimentos externos. Na época que eu era um vagabundo, ficar sozinho em casa era uma forma que me sentia protegido dos problemas externos.

Enquanto jogava comendo palitos de uma doce estranho mais gostoso, ouço a porta do quarto se abrindo e viro minha cadeira em direção a ela.

Enquanto jogava comendo palitos de uma doce estranho mais gostoso, ouço a porta do quarto se abrindo e viro minha cadeira em direção a ela

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Nexus - Livro 5, Parte 1 - Ascenção (Romance Gay ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora