197. Ervas

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Hati

Acordo sentindo meu corpo todo dolorido e olho ao redor, vendo Solar na forma lobo dormindo na entrada e Ori na rede dele. Volto meu olhar para meu próprio corpo e suspiro ao me ver todo enfaixado.

Me levanto com dificuldade da Rede e volto minha atenção a Rede onde Solar dormia, vendo Fang encolhido, enquanto suas mãos estavam vermelhas de sangue.

Hati: Todo mundo salvo, isso é bom - digo andando até o baú, onde pego o bloco de anotações e começo a folhear ele rapidamente. Estava procurando alguma erva medicinal para usar no solar e no Ori, já que ambos estão fedendo muito forte a sangue, tipo a caverna inteira está com tal cheiro, mas neles está mais concentrado.

Folheando o bloco de anotações, encontro duas ervas, uma que é considerada uma praga para plantas chamada Diosiris, mas possui efeito analgésico quando fervida. E outra que ajuda na cicatrização quando se torna pomada chamada Aplioneu, encontrada no fundo do lago onde os lagartos gigantes vivem.

Com as duas ervas em mente, pego uma faca e saio em silêncio do abrigo, afinal não queria preocupar eles. Ao sair do abrigo vejo que estava prestes a amanhecer e solto um leve suspiro, afinal os lagartos gigantes dormem durante a noite e ficam ativos durante o dia.

Ando com dificuldades até o lago onde os lagartos viviam, e apos andar por meia hora chego até ele.

Hati: Não vamos ficar bem sem a erva, espero que a sorte es... - assim que vou terminar de falar, ouço o galho quebrando atrás de mim e sinto o cheiro da Fang.

Hati: Fang ? Tô sentindo seu cheiro.

Fang: Oque o senhor veio fazer aqui ?

Hati: Pegar uma erva no fundo do lado, ela ajuda na cicatrização... Fica aqui, eu vo... - Fang trinca os dentes e bufa.

Fang: Eu não quero ser inútil, deixa que eu pego essa erva - diz ele ríspido.

volto minha atenção ao Fang.

Hati: Você não é inútil, de onde tirou isso ?

Fang: Eu não consigo ser sua espada... Oque mais eu seria se não inútil ?

Hati: Fang, não é assim. Olha para mim, você que fez os curativos né ? Sem você, aposto que estaria pior.

Fang: Eu só limpei e tapei suas feridas, não é grande coisa. Aliás eu devia ser sua presa e acabei falhando na única coisa que nasci para fazer - ele fecha os punhos e abaixa a cabeça, ficando irritado consigo mesmo.

Solto um leve suspiro e cruzo os braços.

Hati: A erva tem folhas brancas com detalhes negros, pegue o máximo que conseguir. Eu vou atrair a atenção dos lagartos e tentar matar um - digo suspirando.

Fang: Vai me deixar pegar a erva ?

Hati: lave bem as mãos antes de entrar na água, o sangue pode atrair os lagartos e eles são rápidos em baixo d'água.

Fang: Sim.

Hati: eu vou ficar pulando aqui na beirada do lago, você corre para a outra ponta e entra assim que os lagartos se reunirem ao meu redor.

Fang: Mas o senhor ?

Hati: diferente dos Glutões que enfrentei, eles não são bons em trabalhar juntos. Vou tirar vantagem disso - digo com firmeza nas palavras.

Fang apenas confirma com a cabeça e sai correndo para o outro lado do lago. Espero até Fang se posicionar e assim que o vejo pronto, vou até a margem e começo a pular na água e a agitar da melhor maneira que posso.

Nexus - Livro 5, Parte 1 - Ascenção (Romance Gay ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora