144. O Primeiro

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Nekomin

Saio da casa em qual caímos ao lado de Malkar e sinto que a atração do orbe havia aumentado, pois os ventos fortes estavam muito mais intensos na região onde estávamos.

Malkar: Você deve estar se perguntando, como eu saí das correntes - diz ele andando em minha frente.

Nekomin: Na verdade não...

Malkar: Eu te explico, sem problemas... As correntes me colocaram em um Dilema, voltar a ser o Malkar que Nari conheceu ou me tornar o Malkar que Cosmo criou com suas palavras de forma definitiva...

Malkar: Bom esse dilema é ridículo, mas, vendo Tristan se esforçar mesmo ele sendo fraco comparado a nós que temos grande entendimento de nossos conceitos, percebi algo que supera os dilemas.

Nekomin: E oque foi - digo seguindo ele.

Malkar: Eu não teria que ficar na porra de um Dilema se Cosmo não tivesse tornando minha vida uma grande bagunça. Na minha mente simulei oque eu teria se não tivesse sido afetado pelas palavras.

Malkar: estaria com Nari cuidando de nossos filhos e dos deuses de Veigar. O universo saberia oque era paz pois o bem e Mal estariam equilibrados como devia ser.

Malkar: Eu teria uma boa relação com Tristan e Orfeu, lógico que você teria irmãos e seríamos uma grande família de perpétuos feliz - ele solta um sorriso irritante.

Nekomin: Então escolheu a família ?

Malkar: Não, eu escolhi odiar Cosmo mais ainda... Já não gostava dele antes do maldito usar as palavras, agora que estou livre delas e da maldita loucura que ele me colocou. Sinto que devo me vingar dele seja como for.

Malkar para de andar e se vira para mim.

Malkar: Eu saí do dilema pois encontrei um terceiro caminho, um que cai melhor em meu eu atual.

Nekomin: Oque quer dizer ?

Malkar: Eu vou ser oque tiver que ser para acabar com Cosmo... Lógico que pretendo agora me reunir ao seu grupinho falho, mas não porque gosto ou sinto empatia, afinal sejamos sinceros não tem como criamos laços familiares da noite pro dia. A uns meses atrás eu era seu alvo e você queria minha cabeça - ele abre um largo sorriso.

Malkar: Vou me reunir ao seu grupo, pois tenho certeza que o ódio que sente por mim é ínfimo diante do que sente por Cosmo. E ambos temos isso em comum, ambos queremos matar o maldito.

Malkar: E só para deixar claro, eu não me vejo como vítima Nekomin. Controlado ou não as atrocidades que causei, ainda sim foram feitas por mim. Cosmo apenas me enlouqueceu, mas de certa forma sinto que ele apenas libertou um lado de mim que sempre deixei dormente... Pois nada nem você sendo a mudança pode alterar um fato irrefutável... - ele se vira para frente.

Fico em silêncio, ouvindo o som do vento forte ao nosso redor ao mesmo tempo que escuto com atenção as palavras que saem da boca do perpétuo.

Malkar: Este fato é que sou a Maldade encarnada... E infelizmente ou felizmente, com palavras de Cosmo ou sem ela. Isso não vai mudar - diz ele em tom de alívio, como se entendesse algo que eu mesmo ainda não entendo.

Sigo Malkar até o horizonte de eventos do Orbe e o perpétuo para de se mover. Malkar estende a mão para frente e suspira, rangendo levemente os dentes.

Malkar: como havia pensado, a atração está muito forte e violenta. Se tivesse entrado no horizonte de eventos do Orbe, você seria tragado para o anel de detritos e acabaria se ferindo de graça.

Nekomin: E agora ?

Malkar: Vou parar o tempo por sete segundos como antes disse. Este é o tempo que você vai ter para sair daqui e fazer oque quer - ele segura seu garfo com firmeza e a arma brilha levemente. O brilho se inicia da mão do perpétuo e se espelha por todo comprimento do objeto. Ao se iluminar completamente, a arma encolhe e muda de forma, se tornando um pêndulo.

Nexus - Livro 5, Parte 1 - Ascenção (Romance Gay ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora