Já faz um tempo que eu não te escrevo. Faz tempo em que eu finjo esquecer todo o meu sentimento e minto gritando aos quatro ventos que tudo está bem.
A verdade é que eu me acostumei a não te ter e não me permitir ter mais ninguém. Acho que me apaixonei nesse tempo em que estamos longe, mas meu receio é tão grande que eu não consigo acessar por completo este sentimento mais uma vez, e eu me perco.
Me perco na possibilidade de ter alguém ocupando o lugar que por tanto tempo só pertenceu a ti. Fico confusa ao comparar a intensidade de te amar com o meu gostar de outro alguém. Parece uma eternidade desde que eu me entreguei por completo e hoje eu não sei como fazer isto novamente. Não me permito sentir por completo.
Achei que talvez esse fosse o meu normal, afinal é a forma que estou acostumada a sentir depois de nós. Mas me pego pensando que talvez só tenha sido a forma que encontrei para me proteger de mim mesma, dos meus próprios medos, sentimentos e inseguranças.
Talvez, querido estranho, o que restou de mim após o nosso pequeno caos tenha sido partes que eu ainda não reconheço inteiramente e tenho aos poucos ajustado cada uma delas em seu devido lugar. Me permitindo enxergar que, quem sabe, ainda exista chance de outros amores além de ti.
Quem sabe agora com quase todos os pedaços unidos novamente, eu veja possibilidade de outro pequeno infinito passível de se viver. Sem o caos, apenas a calmaria depois da tempestade de nós dois.
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Infinitos de um coração particular
RomanceSentimentos perdidos, confusos e intensos demais para permanecerem guardados em um só ser. Um coração que sente muito além do que consegue manter. Intenso demais, sentimental demais, verdadeiro demais.