Infinitos de um coração particular

Carta de despedida

Eu decidi escrever esta carta de despedida mais para mim do que para você, meu querido estranho. Uma despedida que já aconteceu anos antes, mas não finalizei dentro de mim.

Há quase 6 anos, você tem sido presente em minha vida mesmo que não esteja por perto, ou pessoalmente. Você esteve durante estes anos aqui dentro do meu coração mesmo estando longe, mesmo quando nos afastamos, mesmo sem ser teu par por muito tempo.

Em todos estes textos que eu te escrevo, ficou claro para mim o quão importante você foi, tanto em momentos bons quanto nos ruins. Eu sinto por todos esses anos que você foi o amor da minha vida e, arrisco dizer, que ainda será em todos os próximos que me restam.

Ainda que tenha sido e seja o amor da minha vida, não foi suficiente para o universo permitir vivermos esse amor juntos. Porém foi a história que fez reviravoltas no meu mundo, em tudo que eu achava conhecer sobre amar alguém e me fez descobrir muito de mim, além do que eu imaginei um dia ser possível.

Hoje eu escrevo essa despedida porque sinto que preciso. Já escrevi por tanto tempo que preciso me libertar de ti, de nós, e ainda que doa e machuque cogitar essa ideia, é necessário.

Por muito tempo apenas me permiti viver com a sombra do teu quase amor, pois para mim sempre foi muito mais. E, confesso que, sempre esperei que fosse mais para você também. Mas eu sei que sobre nós o universo não tem mais nada para dizer. Então só me resta aceitar, de fato, o nosso fim.

Eu não sei quando vou ler esta carta diretamente para mim, acreditando e fazendo com que ela seja mesmo para o nosso fim, mas preciso deixá-la escrita aqui para não acrescentar mais histórias e alimentar meu peito com falsas esperanças – que insisto em criar ainda assim. Preciso estar desperta e não vivendo em um eterno sonho para estar viva e presente ao encontrar o amor que, invariavelmente, a vida proporcionou para mim. E que, infelizmente, esse alguém já sinto que não é mais você, querido estranho.