Infinitos de um coração particular

Quando chega o fim

Li em algum lugar que nós sabemos quando a nossa relação chega ao fim mesmo sem que nada de especial tenha acontecido. É só mais um dia, mais um sábado, mas que, casualmente, a gente se dá conta de que aquela relação não tem mais sentido. Se perdeu no vão do tempo, o brilho dos olhares não existe mais, aquelas duas pessoas tomaram (em algum momento) rumos diferentes, estar perto já não significa tanto e o que antes era especial, hoje não faz diferença.

A gente acorda e se dá conta de que o que nos é oferecido não preenche mais como deveria, que o fogo da antiga paixão já não aquece mais e que todo aquele amor que tínhamos dá lugar a um enorme vazio que toma conta de grande parte dos nossos dias. Seja um vazio de palavras não ditas ou em meio a tantas palavras e promessas vazias. Percebemos que o sentimento não é mais o mesmo e, no fim, nos vemos diante de alguém que nos perdeu pouco a pouco ao longo dos dias.

Pensamentos que surgem em um belo dia de sol na primavera ou em uma noite fria de outono. Talvez resolvam aparecer durante uma tempestade à noite ou na calmaria de um dia qualquer. De vez em quando, aparecem ainda em uma mesa de bar, conversando com os amigos, às vezes até em longas madrugadas de insônia, que vez ou outra insistem em dar as caras. E, então, entendemos que acabou.

Nada especial acontece, nenhum fato único se torna o ponto final da história, mas a gente sabe em determinado momento que aquela relação chegou ao fim.