capítulo 30

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Capítulo 30.

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A perplexidade refletida no rosto de andré comoveu o coração de suzana, que tinha pouco tempo para salvá-lo.

se quisesse livrá-lo de tudo aquilo, precisava ser rápida, contar a história independente do estado emocional de seu irmão.

"andré, me dê o diário". ele não ouviu, estava imóvel.

"andré, por favor me dê o diário!". desta vez foi ouvida, recebendo o objeto quase de forma mecânica das mãos do irmão mais velho.

"fique aqui, já venho para falar com você".

ela não precisava mandar ele ficar ali, simplesmente não tinha reação, não sabia como viver dali para frente.

ele tentava pensar no que dizer, formar uma opinião sensata sobre o que lera.

ao mesmo tempo, uma exaustão emocional palpável o envolveu de forma sufocante.

estava cansado de segredos, descobertas, tramas, reviravoltas.

não era filho de giuseppe, não era filho de giuseppe, não era filho de giuseppe!. repetia mentalmente para si mesmo, buscando uma reação que o fizesse sair do lugar.

sua mente ficou vazia, incapaz de raciocinar, e nem mesmo o toque do celular o despertou.

um dos policiais aguardava na porta, até que suzana chegou com o objeto misterioso.

"entregue isto ao delegado jerônimo, tem um presente para ele dentro desse diário " . " um presente que precisa muito dele agora ! " . gustavo não compreendeu, todavia, recusou-se terminantemente a questionar levando em conta as lágrimas nos olhos da mulher.

voltou ao quarto rapidamente, sentando-se na cama ao lado do irmão.

"eu tinha doze anos quando o primeiro abuso aconteceu, não passava de uma criança". "foram anos e anos passando por tudo aquilo, até que em determinado momento engravidei". andré ainda estava sem fala, ouvia e processava cada palavra da irmã, tentando novamente formar uma opinião sobre aquilo também. "no início eu ameacei contar tudo a nossa mãe, mas ele me calou, dizendo que ninguém acreditaria ou pior, me mataria". "hoje penso que talvez tivesse sido melhor eu deixar ele me matar, doeria menos". "eu passei mal com os remédios do aborto, sangrei muito e perdi a capacidade de ser mãe". "nossa mãe me acompanhou no hospital quando tive a hemorragia, me perguntando o que tinha acontecido comigo e eu contei, eu contei andré!". suzana desatou a chorar copiosamente, imaginava que as lágrimas haviam secado e percebeu que estava errada.

"mas por que você não me procurou suzana?". a fraqueza emocional ficou evidente em cada palavra, ainda assim, questionou, esperando que ela tivesse ouvido a pergunta.

"aproveitei para contar a ela o que sabia sobre a morte do andreus, falei também da troca dos bebês e nós duas combinamos uma armadilha para prender o giuseppe e fugirmos daqui". "o plano era que encontrássemos o giovani na itália dias depois do nosso plano ter dado certo". "eu  ainda lembro da Hora que ela me abraçou e me confortou andré, me chamando de princesa, dizendo que tudo ficaria bem, como se eu ainda fosse aquela criancinha que você viu crescer".

em total cumplicidade, os dois se abraçaram, cada um com os próprios pensamentos.

suzana aceitou o conforto do irmão, embora soubesse que ele estava pior que ela.

"não sei como ele descobriu, chamando o primeiro filho que teve com a martina para participar do assassinato, foi o imbecil do diogo que esfaqueou a minha mãe!". "ele pousa de crentezinho honrado, o filho dele até casou com a laura, tem uma cara de sonso que enganou até o coitado do Giovani". "meus informantes disseram que ele se fez de vítima na frente da laura, dizendo que tinha perdido a esposa e o coitado do seu filho confortando, já sabendo que os dois eram irmãos pelo nome e a semelhança que ele tem com o giuseppe". "o tal do daniel não era como o pai, era meio problemático mas não era como ele, morreu pelas mãos do ricardo, foi o ricardo que jogou o carro para cima dele, o motivo eu não sei".

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