Capítulo 25.
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laura.
existem momentos que nossos pensamentos nos traem, trazendo a memória pessoas e situações que nos causam dor.
não sei ao certo se são meus pensamentos ou o próprio deus testando minha capacidade de perdoar, mas hoje, subitamente me lembrei de daniel.
ele é 4 anos mais velho que eu, nos conhecemos aos meus dezoito.
ainda estava de luto na época, meus pais haviam acabado de morrer quando aquele pregador chegou a minha igreja.
daniel vinha de um noivado frustrado, e me colocou como sua válvula de escape em nossas conversas.
ele me confortava no luto e eu o Apoiava pela perca que sofreu.
hoje, madura mentalmente, reconheço que nunca se tratou de amor, e sim de um conforto mútuo .
obviamente, se alguém me dissesse isso na época, como emily fez reagiria da mesma forma como fiz com ela, dizendo que se tratava de inveja pelo meu casamento.
Aos meus vinte anos me casei.
independente de qualquer outra coisa, pois a infidelidade e a agressão não estão em discussão no momento, admito que me precipitei.
eu queria um príncipe encantado, e daniel estava longe disso.
errei e sou suficientemente madura para reconhecer isso hoje.
meu conto de fadas seguiu até ruir.
é um eterno tabu dentro das igrejas agressão física e traição.
vi e ainda vejo muitas mulheres traídas fazendo campanha para o marido largar a amante e retornar para casa, não julgo, cada uma conhece a dor que sente.
Mas por que mulheres que fazem o contrário, desistem do casamento e resolvem recomeçar são taxadas de loucas?.
o cônjuge traidor geralmente não é julgado, mas aquele traído e com o coração dilacerado é sempre taxado como alguém que não lutou pelo casamento, não orou o suficiente ou negligenciou de alguma forma o marido ou a esposa.
é triste saber que em grande maioria das vezes, a igreja compactua com o adultério baseada no versículo que diz que o casamento é para a vida toda.
De fato, a intenção de quem se casa nunca é separar, é um ideal que nunca deve morrer, sempre devemos acreditar no amor e que deus constitui famílias.
No entanto, é necessário que um limite seja reconhecido, sendo que o próprio deus fez isso na bíblia.
e por que nós, meros mortais não fazemos o mesmo?.
me separei na primeira traição e na primeira agressão, não me arrependo disso e acredito que esse é um dos poucos pontos em que não estou errada em toda essa história.
Cristãs agredidas são aconselhadas a orar para que deus mude o marido, isso também deve mudar.
é preciso tomar cuidado para que a devoção a deus não vire religiosidade excessiva, causando problemas de falta de senso, sendo que até no mundo secular agressão física é crime.
então por que na igreja tem que ser diferente?.
desvencilhando-me desses pensamentos, decido aproveitar o passeio na praça com giovani.
"o denis convidou você para o casamento dele?". comemos um cachorro quente enquanto conversamos
"convidou, até porque ele sabe o que eu faria com ele se não me convidasse!". acrescentando mais mostarda ao cachorro quente, o italianinho me faz rir.
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família greco.
Espiritualacompanhando a melhor amiga revoltada com deus depois de um divórcio, emily se muda para são paulo. seu caminho irá cruzar com o da família greco, italianos bem sucedidos que moram no brasil. emily estava ciente das acusações de assassinato que pesa...