capítulo 16

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capítulo 16.

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andré.

ao terminar de me arrumar, encaro minha própria imagem no espelho.

embora não saiba o que está por vir naquele culto, uma nova esperança de dias melhores brota em meu ser.

"já está pronta?". envio uma mensagem a emily, que me responde com uma foto logo em seguida.

ela está fazendo uso de uma pequena blusa, um blazer cobrindo a mesma e uma saia.

"ui ui, tá toda chique!". "não sabia que professoras tinham tempo para se produzir, só imaginei você com a calça legging, a rasteirinha, o perfume da hinode e uma bolsinha cheia de hidrocor nas mãos". ao enviar a mensagem, noto o quão infantil fui ao fazer o comentário.

emily não me deu esse tipo de liberdade, o que me fez pensar que poderia fazer esse tipo de comentário?.

o que está havendo comigo?.
"gafanhoto do deserto!". ela ri copiosamente durante o áudio. "se eu tivesse carro com certeza teria aquele celta com ar quente, cheio de eva e cartolina no banco de trás". sua risada ao final do áudio é tão contagiante que sem perceber já estou acompanhando.

"já estou a caminho leoazinha, nos vemos daqui a pouco, avisa para laura distrair o giovani".

"aonde você vai?". marcos questiona, ao perceber que estou entrando em meu carro.

"cuidar da minha vida bem ali rapidinho, já ouviu falar nisso? "."vai cuidar da sua esposa vai marcos, me deixa em paz que hoje eu não tô afim de brigar". dou partida no carro, o ignorando completamente.

"a nossa sorte andré é que pelo que a laura me falou o pastor pediu para conversar com o seu irmão, quando chegarmos lá ele vai estar no gabinete". emily está ainda mais linda ao vivo.

"mas por que o pastor mandou chamar ele para conversar?". "isso significa alguma coisa ruim?". logo que entra, a professora olha a bíblia no banco de trás do carro e sorri.

"não, eu acho que ele quer que seu irmão cresça eclesiasticamente, por exemplo, ele pode estar querendo dar algum cargo da igreja ao seu irmão". respiro aliviado, colocando o carro em movimento.

meu irmão e eu temos uma trajetória repleta de altos e baixos.

não que seus momentos de rebeldia tenham atrapalhado minha vida, é mais uma questão de preocupação do que de fato medo dele voltar a agir daquela forma.

suzana uma vez me disse de forma irônica que meus pais conceberam o filho para eu criar.

ao chegarmos na igreja, algo no ambiente parece me trazer tranquilidade.

ocupo um dos bancos mais distantes de todos, emily me acompanha.

"você não quer sentar mais perto dos outros?". "não precisa ficar escondidinha por minha causa tá bom?".

"aqui não tem essa de escondidinho não meu amigo, o primeiro que te vê vai querer te cumprimentar e os outros vão acompanhar, somos uma verdadeira família, nosso pastor incentiva muito a comunhão entre a igreja e os visitantes". sorriu em resposta.

"a paz do senhor emily!". "é o desejado das nações?". uma mulher se aproxima, expondo sua barriga de 9 meses de gestação.

"olha aqui talita, eu só não te bato por causa da heloísa, porque se essa menina não tivesse aí dentro eu ia quebrar sua cara a tapa". "uma voadora gospel!". sufoco a gargalhada enquanto um homem que julgo ser marido de talita se aproxima.

"pelo menos eu não estou bancando o filho de abraão e esperando para me casar depois dos 40".

a discussão das duas está fazendo uma roda de pessoas se formar ao meu redor, o que me deixa tímido.

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