*Ichiban: Literalmente significa "número um".
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Após aquela noite catastrófica, o relacionamento entre Midoriya e Bakugou simplesmente voltou à estaca zero, apesar de Izuku continuar remoendo o fato de ainda se importar com quem o usou como uma puta barata.
O esverdeado tentou descontrair com os amigos em seu tempo livre, ocupar a mente com outra coisa que não aqueles pensamentos intrusivos, cujos eram difíceis de controlar quando se encontrava sozinho ou, principalmente, na companhia do causador de seus problemas; suas mágoas, no entanto, não passaram despercebidas.
- Você não anda muito bem, Midobro... quer conversar sobre isso? - Kirishima comentou em meio ao trabalho.
- Não. Na verdade, não. - Izuku respondeu secamente.
- É o Bakugou, não é?
Sem resposta desta vez, o sardento apenas fez o possível para engolir o choro.
- Olha, sinto que tem algo a mais entre vocês, então... quer me contar o que aconteceu...? Prometo que vou falar com ele e talvez-
- Não vai adiantar nada, Kirishima. - O esverdeado interrompeu.
- Como pode ter tanta certeza? - O ruivo arqueou uma sobrancelha curioso.
Izuku apenas fitou-o com um sorriso sarcástico.
- Você realmente não conhece o lado de fora de todo esse favoritismo, não é?
Seu comentário surpreendeu seu colega de trabalho, não imaginava que Midoriya pudesse ser tão frio. Pigarreou e abriu a boca para tentar outra abordagem.
- Bom... de qualquer forma, você parece estar precisando descontrair um pouco! Porquê não aparece no meu apartamento lá pelas dez? Podemos conversar um pouco e-
- Não quero. - Izuku interrompeu-o mais uma vez.
- ... Mas Midoriya-
- Você vai levar seus amigos de novo, não é? - Indagou sem tirar os olhos do computador à frente.
Kirishima perdeu a fala; pelo visto seu colega de trabalho já decifrara suas intenções, não era muito difícil afinal. Pouco depois, o chefe emergiu detrás da porta do escritório para quebrar aquele silêncio constrangedor.
- Vamos almoçar, Ei? Já está na hora. - Convidou ele.
- Ah, claro! - O ruivo respondeu, levantando de prontidão.
Com uma última olhada ao seu parceiro de trabalho que ignorava-o completamente, Kirishima então seguiu Bakugou para almoçar em seu restaurante de costume.
Na mesa que dividiam, Eijirou ficou se coçando para não trazer à tona a conversa que acabara de ter com Midoriya, o que estava aparente em seu rosto, mas não é como se Katsuki fosse lhe perguntar... afinal sabia exatamente o que se passava em sua mente. Conversaram então sobre o trabalho, seu próximo encontro com os amigos em meio a uma atmosfera desconfortável que já estava deixando ambos à beira de surtar, praticamente engolindo a comida na pressa de voltar aos seus afazeres e se livrarem daquela situação inconveniente.
Eijirou sentia que havia algo mais entre seu amigo e a alma gêmea, e tinha uma boa ideia do que poderia ser, só não queria comentar sem que lhe perguntasse, afinal Katsuki explodia toda vez que tocava no assunto e não precisavam disso num local público.
Voltando ao escritório, Bakugou ignorou Izuku como de costume enquanto que Kirishima aproximou-se para se unir a ele à mesa com um sorriso constrangido.
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Por Obra do Destino
RomanceUniverso sobrenatural alternativo; eles não têm individualidades. Todos conhecemos aquela velha lenda do cupido: um anjo fofinho que faz casais se apaixonarem com tiros de suas flechas encantadas, mas a verdade é que a história pode ser um pouquinho...