Só Por Uma Noite

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*A idade legalizada para beber no Japão é de 20 anos.

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Empoleirado numa árvore, Katsuki observava suas próximas "vítimas" no parque abaixo. Não bobeou para empunhar seu arco dourado, puxando a corda de energia de cor laranja no que duas flechas se materializavam, cada uma apontada para os humanos abaixo de si, não tardou para mirar perfeitamente sobre a região de seus peitos e lançou ambas as flechas que acertaram cada um deles no que cruzavam caminhos, ambos somente trocaram olhares rápidos e acanhados ao perceber a presença do outro e abaixaram suas cabeças corados.

Katsuki não pôde evitar soltar um riso zombeteiro, os humanos eram mesmo muito lerdos para amar, e terríveis nisso.

- Ei, Katsubro! - Uma voz chamou de debaixo da árvore e o cupido olhou para o íncubo ruivo chamando-o com um aceno e um sorriso radiante, seus amigos o acompanhavam.

O arco então desapareceu das mãos de Katsuki em partículas de energia que flutuaram no ar até sumirem completamente, e este pulou do galho direto pro chão com a elegância de um gato, pousando suavemente em frente aos seus amigos.

- Terminou seu turno? Estávamos querendo ir no Moon Dance. - Disse o íncubo ruivo.

- Não estou realmente com fome. - Katsuki rebateu.

- Qual é Katsuki! Eu não como há uns cinco dias e já estou quase desmaiando! Como pode dizer isso depois de uma semana inteira sem comer?! - Implicou o súcubo de cabelos loiros com uma mecha preta.

- Eu sei que não é muito fã dos humanos, mas não acha que também precisa se cuidar? Já está chegando no seu limite. - O íncubo ruivo disse ao se pendurar nos ombros do cupido.

Katsuki revirou os olhos e suspirou exalado.

- Se for para vocês me deixarem em paz...

Não deu muito, Katsuki já estava tomando a dianteira e se afastando do ruivo, pegando o caminho para a boate, seus amigos apenas sorriram cansados e o seguiram.

- Só mesmo o Ei para convencer o senhor ranzinza. - Riu uma súcuba de cabelo e pele rosas.

- O que foi aí, Mina? Não ouvi daí de trás. - Katsuki vociferou por sobre o ombro em tom de aviso.

- Nada, não! - Mina respondeu de prontidão.

Chegando na boate, os íncubos e súcubas se transformaram em seus disfarces humanos, que não eram muito diferentes de suas formas verdadeiras, realmente; apenas mascaravam as asas, rabo, orelhas pontudas, chifres e caninos compridos, com exceção de Mina que, tendo descendência de demônios comuns, também mudava a cor de seus olhos de escleras pretas e pele cor-de-rosa para cores de aparência mais "saudável" para olhos humanos.

Sendo regulares, tiveram acesso liberado de prontidão, o que garantiu alguns olhares de desaprovação e resmungos das pessoas na fila. Adentrando o ambiente barulhento e agitado que Katsuki tanto odiava, seus amigos se dispersaram enquanto este teve Eijirou seguindo-o até o bar onde foi logo pedindo uma bebida.

- De novo nesse whisky? - Eijirou comentou ao se recostar sobre o balcão do bar, sem se dar o trabalho de sentar.

- Deve ser a única invenção decente da humanidade. - Katsuki retrucou ao passar o dinheiro pro barman.

- Precisa mesmo disso toda vez? - O ruivo comentou com cuidado.

- Sabe que não posso enfrentar isso sóbrio. - Disse o cupido com um gole de seu drinque.

- Entendi... - Eijirou comentou devagar ao virar os olhos para examinar a pista de dança, reparando numa ruiva que acenava para si com uma piscadela sensual. O ruivo mordeu o lábio inferior e correu os dedos por seus cabelos compridos.

Por Obra do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora