Capítulo VIII - Adiós, señor Bilder (parte II)

5 0 0
                                    

Bortė e sua irmã Namšir consolam Sol ao tomarem conhecimento da triste notícia. O tratador Tėmur também. A irmã de Luna só tem a agradecer às condolências.

Ao saber da morte do senhor Alfredo, Bortė invariavelmente se lembra de quando foi à mansão Benson junto com Sol e do pequeno entrevero que teve com o avô de Luna e Sol[1]. As filhas de Môrdorž e Bolormaa então perguntam à amiga sobre o que ela sente sobre a morte do avô. Sol responde que tem uma sensação dupla a esse respeito.

Segundo as palavras da irmã de Luna, por um lado ela está muito triste e abalada com o ocorrido. Afinal, trata-se do avô biológico dela, pelo qual ela tinha grande estima e que, infelizmente, da próxima vez em que estiver na capital não poderá mais vê-lo. Mas, por outro lado, ela confessa às amigas que não consegue sentir a mesma tristeza profunda e o mesmo choque que Luna sente, e que sentiu mais tristeza quando os avôs adotivos dela (os quais faleceram antes de Sol descobrir que tem uma irmã gêmea). Bortė e Namšir entendem a amiga e não a julgam. Pois como a própria Sol disse a elas, a morte do senhor Bilder é como se fosse a morte de um parente distante com o qual ela não teve muito contato, embora se trate do avô materno biológico dela. O que de forma alguma impede que ela fique triste com o ocorrido.

Logo, a notícia chega aos ouvidos dos pais adotivos de Sol e de Môrdorž e Bolormaa, assim como de outros dos que trabalham no circo. Os pais de Bortė e Namšir, embora não o tenham conhecimento pessoalmente, invariavelmente se lembram de quando o chamaram de velho mentiroso quando Sol estava hospitalizada[2], e do conselho que deram à Sol de fazer as pazes com o avô posteriormente. Ruslan e Helena, por seu turno, se lembram das vezes em que se encontraram com o senhor Bilder na mansão e das conversas que tiveram com ele. Segundo os pais adotivos de Sol, o senhor Bilder era um sujeito muito inteligente, culto e de bom papo. Mas, por outro lado, ambos notaram que quando estiveram na mansão Benson o senhor Bilder praticamente só deu atenção à Luna, enquanto que deixou Sol de lado. E das crianças deu muita atenção à Marisol e à Kira, enquanto que Safira e Svetlana foram deixadas em segundo plano e também receberam pouca atenção do senhor Bilder.

Na mansão Benson, Matteo lá está e vê a namorada bem triste, por conta do falecimento do avô materno dela. E vendo-a nessa situação, presta suas condolências a ela e a abraça ternamente. Luna responde o abraçando e o agradecendo.

Luna (emocionada, derramando lágrimas dos olhos): "Matteo, muito obrigado, sabia que poderia contar contigo nesse momento".

Matteo: "Garota delivery, isso é o mínimo que posso fazer por você. O teu avô era muito legal, e eu sei o quanto você gostava dele e a falta que você, invariavelmente, vai sentir dele daqui para frente".

Matteo então conta à Luna sobre o que Juliana que lhe disse após a morte da primeira instrutora de patinação dela: de que ela pressentiu que Luna passaria por um momento similar ao dela em breve e que ela pediu para que Matteo lhe desse o devido apoio emocional.

Âmbar e Simón logo chegam à mansão e também se solidarizam com Luna. Nina idem. A última pergunta à Luna se ela falou com a irmã, e Luna responde que ainda não, mas que mandou uma mensagem a ela pelo celular contando sobre o ocorrido. Nina então pede para que Luna ligue para a irmã e converse com ela. "Vocês precisam se apoiar muito nesse momento", diz Nina.

Dito e feito. Luna liga para Sol, e após algumas tentativas enfim consegue falar com a irmã gêmea. E é nesse momento que as maneiras de lidar com a dor da perda de um ente querido entre irmãs se torna evidente. Enquanto conversa com Sol, Luna nota que ela não demonstra o mesmo grau de tristeza com a morte do avô. E isso invariavelmente gera um estranhamento em Luna.

Luna: "Irmã, não sei se é impressão minha ou eu estou imaginando coisas, mas eu vejo que você não está lá muito triste com a morte do vovô. Você ainda tem alguma mágoa com ele, ou coisa do tipo?".

Sol: "Mágoa, de onde você tirou isso?! Não é nada disso do que você está pensando! Olha Luna, eu também estou triste e chateada com a morte do nosso avô. Mas confesso a você que fiquei mais triste quando os meus avôs faleceram que agora. Procure me entender, Luna, que por você ter convivido mais com o nosso avô o peso da perda dele invariavelmente acaba sendo maior em você que em mim".

Sol também confessa que ficou um pouco chateada com o avô durante a festa de um ano de Marisol e Safira pelo fato dele ter dispensado pouca atenção à Sol, enquanto que Luna recebia toda a atenção do avô. Em outras palavras, era como se a própria Sol fosse tratada pelo avô materno como uma sombra da própria Luna! Luna fica chateada com o que ouviu e assim termina mais uma conversa entre irmãs.

Nessa conversa entre irmãs, ficou evidente que enquanto que para Luna o senhor Alfredo foi para ela uma espécie de segunda figura paterna, para Sol o mesmo senhor Alfredo não desempenhou na vida dela o mesmo papel, estando para ela como uma espécie de um parente distante com o qual teve pouco contato.

Depois da conversa com a irmã, Luna foi desabafar não só com Matteo, como também com Simón, Âmbar e Nina. Luna não entende como que Sol pode não sentir a mesma tristeza que ela sente com a morte do avô e ainda ter dito que na festa na mansão ele a tratou como uma espécie de sombra da irmã. Segundo Luna, essa não é a hora de pensar nesse tipo de coisa.

Matteo diz à namorada que não é preciso ficar chateada com a irmã por ela por lidar com a morte do avô de maneira diferente, e que esse desentendimento logo irá passar. Âmbar, por seu turno, diz que essa diferença de maneira de lidar com a dor é perfeitamente normal dado que Sol não conviveu tanto com o avô e que ela mesma também meio que também era tratada pelo avô como a sombra da Luna enquanto morou na mansão Benson. Nina completa dizendo que entende a maneira como Sol lida com a passagem do avô e que isso não é motivo de desavenças entre irmãs, e que portanto deveria respeitá-la. Simón também pensa o mesmo.

Por meio de seu antigo assistente Rey, que foi pessoalmente ao presídio, Sharon também soube da notícia da morte do pai. Ao saber da morte do pai, a senhora Sharon disse que sente a morte do pai, mas que não irá comparecer nem ao velório e nem ao enterro dele. Rey pergunta o motivo de não comparecer à despedida final do pai e Sharon responde o seguinte: como ela irá ao enterro de alguém com quem nunca se deu bem, no máximo tolerou depois de certo tempo, e que para ela como pai foi um zero à esquerda e que sempre a tratou como uma sombra da irmã? "Por uma questão de honestidade comigo mesma, não irei me despedir do meu pai", responde Sharon, que em seguida volta a tossir. Rey se espanta com o que Sharon disse, mas por outro lado fica espantado e admirado com a franqueza dela. Ao fim da conversa, ao notar as tosses constantes de Sharon, Rey lhe sugere fazer um exame para ver o que ela tem. Sharon aceita a sugestão. O que será que ela tem de fato?

Notas Finais

[1] Ver Capítulo 42 de "A irmã perdida", disponível nessa plataforma.

[2] Ver Capítulo 28 de "A irmã perdida", disponível nessa plataforma.

Sou Sharon: a vida é um pesadelo (Sou Luna 5)Onde histórias criam vida. Descubra agora