A espada no riacho

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Desde que o mundo é mundo, as pessoas se aventuram nos mais diversos lugares. Seja no frio incontrolável do sul, ou no calor escaldante do oeste, faça chuva ou sol, aventurar-se é tão comum quanto respirar.


Fui criado em um ambiente simples, minha mãe e pai sempre me deram o amor e a educação necessária, não tenho o que reclamar, mas sempre senti que algo faltava.


Um dia como todos os outros, enquanto observava o fluxo do riacho que passava em frente ao meu vilarejo, vi uma espada longa viajando correnteza abaixo. Quantas criaturas aquela espada cortou, quantas histórias podem ser contadas a partir do aço e do fio da lâmina. Divagando em pensamentos, me pus a correr antes que a perdesse de vista.


Segui por um tempo, me afastando do vilarejo. A excitação em meu peito era tamanha que mal conseguia respirar, então isso que era uma aventura, ou quem sabe o início de uma. Me joguei no riacho, nadei como nunca e consegui pegar a espada. Meu rosto reluzia no fio cego da lâmina, meus olhos castanhos ganharam vida por aquele reflexo e naquele momento soube que a espada havia encontrado o seu novo dono.

Caminhos de Atade: A odisseia do guerreiroOnde histórias criam vida. Descubra agora