Caminhos de Atade: A odisseia do guerreiro

A espada e o Prelúdio

Alguns anos haviam se passado e eu envelheci, assim como meu desejo quase patológico por aventuras. Brandia a espada quase todos os dias e não havia mais nada que meu pai pudesse me ensinar, me sentia pronto para sair pelo mundo afora, porém sentia que tinha algo que precisava fazer.

No jantar daquela noite, quando meus pais estavam reunidos à mesa, engoli em seco. Tinha pensado durante anos sobre esse momento, em como diria isso para eles quando a hora chegasse, sentia como se meu corpo não respondesse direito já que quando abria a boca, as palavras não saiam.

Meu pai e minha mãe conversavam normalmente, sobre o arado e a vila, sobre o clima da manhã seguinte e a venda do trigo. A normalidade e a monotonia da conversa me fizeram paralisar, coloquei a mão em meu queixo e mexi as ervilhas de um lado para o outro no prato.

— Filho, tudo bem?

Balancei a cabeça com um sim, internamente gritando pela verdade. Meu pai bebeu sua cerveja, me olhando profundamente.

— Se tem algo a dizer, diga. Um homem sem palavra não passa de uma vergonha.

— Hector não seja duro com ele — minha mãe segurou minha mão. — O que seu pai quer dizer é que você pode se abrir com a gente, estamos aqui para te apoiar, então não precisa ter medo meu amor.

Não sei porque, mas senti um aperto em meu peito e um nó em minha garganta. Respirei fundo antes de finalmente falar.

— Mãe, pai. Eu quero... Virar um aventureiro.

Minha mãe sorriu, mas meu pai não demonstrou reação.

— Nós sabemos meu filho — a voz de minha mãe era calma. — Você tem certeza disso?

Afirmei.

— Então tudo bem.

Meus pais voltaram a comer e conversar, e eu me senti um tolo por pensar tanto. Um sorriso singelo se formou em meu rosto quando comecei a comer e conversar.