A cidade costeira de Tur-Tur é um ponto de embarque e desembarque de mercadorias para o continente e um local com carta branca para piratas, não sei muito como funcionam as relações entre a pirataria e os mercantes, porém consigo perceber a clara ausência de guardas pelas ruas.
A primeira coisa que fiz na cidade foi vender as peles e os equipamentos que consegui com os bandidos, depois de algumas horas de barganha vendi todos os itens por um preço razoável, o suficiente para reparar minha armadura e pagar um lugar para passar a noite. Como o movimento da cidade não estava tão intenso, consegui andar com facilidade pelas ruas apertadas, ouvindo algumas pessoas conversando sobre futilidades.Pedindo informações, consegui encontrar um bar com uma fachada rústica, com uma placa suspensa com a imagem de uma coruja. Entalhes na madeira deixavam o nome “Coruja Embriagada” em evidência. Passei pela porta dupla de madeira olhando ao redor, as mesas estavam distribuídas pelo recinto, à esquerda uma escada subia para o segundo andar e à minha direita uma pequena escadaria dava caminho para uma parte suspensa com mais mesas. Um orc desengonçado seguia de lado a outro atendendo as pessoas e quando me sentei ele veio a meu encontro.
— Com o que Trag pode ajudar?
— Algo para comer e uma cerveja.
— Trag anota, Trag trás — o Orc virou-se.
— Espera, um segundo. Quanto custa um quarto aqui?
— Trag não sabe contar, contar é com o chefe.
Suspirei. — Tudo bem, obrigado.
Enquanto esperava minha comida, Trag trouxe uma caneca de cerveja. Bebi com calma, aproveitando o tempo para contar minhas economias e planejar a próxima viagem. Um bardo tocava seu alaúde, animando o local quando minha comida chegou, com um sorriso no rosto comi até me senti satisfeito, pensando que pelo menos essa noite teria um descanso adequado, era o que precisava depois dessa semana difícil. Fui até o taberneiro, um homem negro com cabelo esbranquiçado e com um corpo tão grande que me fazia parecer um palito em sua frente. Paguei a comida e o quarto para passar a noite.
Subi as escadas para o segundo andar, entrando no quarto simples com apenas uma cama e escrivaninha, retirei minha armadura e roupa, indo até a janela do quarto e olhando para o mar escuro, aproveitando o céu estrelado. A imensidão que cerca o quarto me faz pensar em meus país, no arado e na vila. Espero que estejam bem, pois por mais que tente espantar esse sentimento, ainda sinto saudades de casa.
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Caminhos de Atade: A odisseia do guerreiro
PertualanganBuscando por um sentido para sua vida além do arado, um guerreiro começa a se aventurar por Atade, um reino que esconde muito mais do que apenas segredos. Com o fim da atual guerra, os caminhos que levam ao seu objetivo ainda incerto estão mais peri...