fifteen

841 66 30
                                    

EDMUNDO PEVENSIE

Depois do belo tapa que levei de Lúcia — tanto o físico, como principalmente o literal — fiquei remoendo o quanto ele doeu em mim.

Pensar na possiblidade de gostar dela era algo assustador. Quer dizer, nunca me apaixonei por ninguém antes. Na escola, as garotas vivem atrás de mim, mas eu nunca dei bola para nenhuma. Simplesmente tanto fazia para mim. Agora, essa menina, sem nunca ter feito ABSOLUTAMENTE nada, conseguiu brincar com todas as minhas emoções, mesmo sem querer.

Estava tudo nos conformes, minha vida estava normal, e ela chegou e fez com que tudo virasse de cabeça para baixo.

Acho que eu tenho — ou melhor, tinha — um bloqueio emocional muito forte. Mas... ela apareceu.

Eu não estava pronto para isso. Pensava que só daria chance para alguém quando eu estivesse bem mais velho e maduro. Esse era meu plano.

Chacoalhei a cabeça, como se isso fosse o suficiente para expulsar todos os pensamentos que vinham a minha mente.

— Edmundo, o que está fazendo?— Questionou Pedro, fazendo-me retornar para a realidade. Ele estava deitado com a cabeça encostada em uma pedra, enquanto eu estava escorado na mesa de pedra.

— Nada.

— O que é isso? Chacoalhar a cabeça assim, é algum tic nervoso seu que eu não sabia?— ele questionou, sentando-se, e eu revirei os olhos.

Ele ficou de pé, e estava prestes a me deixar sozinho.

— Onde vai?— questionei.— Nós não fazemos mais as rondas noturnas, lembra?

— Ah, sim.— ele fez uma pausa.— Estava indo até a fogueira. Provavelmente S/n está lá.

Desconfortável, me desencostei da mesa de pedra e levantei também.

— Por que você quer ir tanto atrás dela?

— Eu gosto de passar um tempo com ela.— Afirmou, abrindo um sorriso singelo. Neste instante, meu coração deu um pulo nervoso. Porcaria!

— Você não... precisa ir.— Eu falei, tentando pensar no que dizer.— Você vai todas as noites. Por acaso marcam de se encontrar?

— Bom, não, mas...

— Então!— concluí, tocando seu ombro e o trazendo de volta para o meio da sala.— Você tem andado muito cansado, Pedro. Precisa estar descansado. Vai que Miraz aparece aí amanhã? Você precisa estar com as energias carregadas para liderar uma batalha, se necessário.

Pedro pareceu parar para pensar um pouco, enquanto eu torcia silenciosamente para que ele colocasse a cabeça na pedra e dormisse de novo.

Meu irmão se deu por vencido, e se soltou de mim, indo em direção onde ele estava deitado. Suspirei, aliviado.

Novamente, a sensação estranha me subiu a garganta. Eu estava realmente aliviado, e inventei uma desculpa esfarrapada para ele não encontrá-la? O que eu estou fazendo, meu Deus. Nem se quer parei para raciocinar, antes de agir.

 Nem se quer parei para raciocinar, antes de agir

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
flipped.- Edmundo Pevensie & S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora