two

1.3K 81 12
                                    

S/N SINGER

Tenho certeza do que vi. Aquilo não era um delírio ou uma viagem. Foi muito real.

Mas se eu contar isso para Lia, ela vai dizer que eu sou esquizofrênica. Bom, acho que vou absorver isso tudo, por enquanto.

Sou interrompida dos meus pensamentos com o toque do sinal. É, hora de voltar para a sala.

Suspirei, peguei minha marmitinha, e voltei para a sala.

Entre esses pensamentos, também ressoavam pensamentos sobre Lily. Onde será que ela se enfiou?

Subi as escadas para o primeiro andar, e andei em direção a minha sala de aula, e lá estava minha resposta.

Lia estava sendo segurada por outra menina, enquanto Baker ria da cara dela. Se não fosse a garota segurando, minha amiga já teria esfregado a cara de Lyla no asfalto. Ah, não.

Corri em direção da minha amiga, tentando entender o que estava acontecendo.

— Lia, o que foi dessa vez?— Questionei, enquanto observava minha amiga lutar para sair do emaranhado de braços ao seu redor.

— ESSA RIDÍCULA OXIGENADA simplesmente deixou o lanche dela cair, e como a fila estava muito grande, se achou no direito de pegar o MEU, S/n! Eu passei METADE do intervalo naquela fila!— Disse, enquanto se debatia.— SOLTEM-ME, QUERO DAR UNS TABEFES NA CARA DESSA SONSA!

Lyla simplesmente ria da situação.

— Amiga,— falei somente para ela ouvir.— será que você não percebe que é isso que ela quer? Ela só mexe com você porque quer te humilhar, porque sabe que você vai reagir. Para de dar moral, e só.

— Fala a fofoca para gente ouvir, Singer!— Debochou Baker, arrancando risadas dos seus escravos, ops, "amigos".

— Com prazer.— Afirmei, me levantando.— Não tem vergonha de ser assim não? Para de mico, menina. Se quer atenção, fala que é mais fácil.— Aproximei-me dela, tentando permanecer firme.— Tenho pena de você.

— Pena de mim? Por que?— Ela esnobou, jogando o cabelo para trás.— Minha família é milionária, eu que deveria ter pena de você, que sua mãe tem um negócio barato.

Ok, ela conseguiu tocar na minha ferida. Ela pode falar como quiser de mim, mas da minha mãe, não. Eu sei o que ela já sofreu. "Respira, S/n", pensei. Não vou dar a ela esse gostinho.

— Pena de você, porque você não tem amigos de verdade, só escravos— falei, apontando para as pessoas que estavam perto dela.— que fazem tudo o que você quer, só para terem status e por medinho do seu papai.

Ela ia responder, mas o professor entrou na sala bem na hora.

Respirei fundo, e notei que as garotas que seguravam Lia a soltaram.

— Obrigada, S/n. Como consegue reagir com tanta calma?— Questionou minha amiga, e eu sorri.

— Só Deus para me dar calma, viu...— Lia sorriu sem mostrar os dentes, soltando uma risada nasal.

— Agora estou sem lanche, depois de ter ficado uma manhã toda na fila. Ótimo.— Bufou ela, quando sentou-se na sua cadeira.

— Ei.— Chamei sua atenção, tirando da bolsa minha marmitinha, que ainda tinha um Cannoli dentro.— Pode comer. Ia dividir com você, mas como não apareceu, deixei aí.

— Obrigada, de verdade.— ela sorriu de forma sincera.— No fim das contas, me dei bem: vou comer um doce da tia Fran!— afirmou ela, batendo palminhas. Eu apenas sorri em resposta, dando a vasilha com o doce para que ela pudesse comer.

flipped.- Edmundo Pevensie & S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora