Sua Propriedade

Marido

Cambaleando vou atrás dele, o vejo subindo ás escadas e o sigo em direcção ao quarto.
O encontro sentado na cama olhando fixamente para o vazio, será que está pensando? Não é como se estivesse me esperando.

Eu-Você não acha que está se precipitando?
Eu nem conheço você direito e eu nem sei se realmente quero me prender á você.
Digo á última frase sem encarar ele.

Henry-Tem razão está no seu direito.
Mas eu acho que á única coisa que precisa saber é que você está eternamente ligada á mim.
Porquê não me fala sobre seu queridinho professor da faculdade?

Fico surpresa, quando o mesmo menciona isso, como ele sabe, eu nunca sequer disse isso á ninguém, como....

Eu-Isso é uma invasão de privacidade.
Eu não tenho nada para te contar.

Henry-Não vai me contar o motivo de ter fugido de casa e de todos?

Eu-Isso não te diz respeito!
Falo alterada, me avalia com seu olhar e solta um suspiro.

Henry-Você gosta de brincar com fogo, qual era a sua ideia no começo?

Eu-Sò queria me divertir, ele era interessante e até então estava tudo bem, eu tinha o controle, ele estava de 4, até que o jogo se inverteu e ele quis...

Henry-Te obrigar á ser dele.

Lágrimas se formam nos meus olhos e eu nem sei porquê, eu não quero parecer uma vítima, não sou uma vítima, só queria me divertir e dar uns amassos no meu professor gostoso, eu nunca sequer coagitei á dormir com ele, na verdade era isso que eu fazia com os homens dava esperanças eles e no fim eu recuava, nem sei porque fazia isso, será que foi para aumentar o meu ego,  era tão gostoso brincar com o proibido, sentir á adrenalina, brincar com o fogo, mas quando ele se alastra e te queima já não é tão prazeroso assim.

Eu- Ele se tornou agressivo e bem eu pensei que que seria fácil lidar com isso, o cara é um doido, dizia bobagens como você é minha, queria me obrigar á casar com ele, não levei á sério, mas ameaçou matar á minha família, não é que eu me importe tanto com eles, mas são pessoas inocentes que não merecem pagar pelas consequências do meu acto, por isso eu fugi, acredito que ele já tenha se esquecido de mim e partido para outra.

Henry-Ele não esqueceu, por isso continua te caçando até hoje, por isso você não consegue dormir tranquila e até tem medo da sua própria sombra.
(Se levanta e segura meu queixo, sinto sua respiração no meu rosto)

-Não precisa mais temer, eu vou cuidar de você!

Eu-Pensando bem você e ele não tem diferença, são iguais.
Você também está me obrigando á casar, se impondo sobre mim como se eu não tivesse voz . Eu... ele não foi o único motivo de eu ter fugido, na verdade eu queria ser livre, sem ninguém para se impor sobre mim, sem ter medo de tomar minhas próprias decisões, sem ter medo de poder respirar e parecer que estraguei tudo!

Henry- Seria hipocrisia dizer que lamento, na verdade sinto prazer  por ter que cortar suas asas e mantê-la perto de mim e acredite que não á deixarei ser livre, não no contexto que você quer, mas no meu contexto você é livre e pode voar , mas só até onde quer que eu vá, sobre minhas limitações.
-Ele é um idiota que não sabe ouvir um não e eu sou um monstro obcecado por você

Eu-Agradeço sua sinceridade e eu não preciso da sua protecção.
(Mentira, ás vezes eu só queria me deixar levar e ser envolvida em braços proctetores sem ter que me importar mais com nada, porque me manteria segura, porque se importa tanto ao ponto de me manter segura, alguém que diga você não está sozinha, no fundo acho que é isso que quero, mas sinto que admitir isso em voz alta é como se admitisse que sou fraca, ficar exposta e vulnerável)

Henry- Essa decisão não é sua.

Eu-Eu me imaginava casando com um príncipe encantado e totalmente apaixonada.

Henry-Nós dois sabemos que isso é mentira, você não quer casar com alguém idiota e viver um amor clichê, ter uma casa linda e cheia de flores ,um trabalho estável e filhos fofos, você não quer esse teatro de família perfeita, com certeza que iria se perguntar é esse o verdadeiro sentido da minha vida, talvez até um dia se cansasse disso tudo, só mais uma vida comum, uma rotina de casais.
Você quer o que eu posso lhe oferecer e mais nada.

Eu-E o que você tem para me oferecer?

Henry-Você sabe.
Afinal você sente isso, não sente?

Me lança um olhar enigmático, de verdade eu nem sei o que eu quero. Ás vezes é tão difícil tomar decisões, acho que sou muito complicada. Eu sou aquele tipo de pessoa que deixaria o noivo plantado no altar, que largaria tudo por uma mera dúvida, porque eu sou á minha maior razão, que largaria um emprego estável para seguir os meus sonhos, isso pode ser chamado de burrice, imprudência, mas eu acho que é egoísmo, talvez, afinal eu estou em primeiro lugar, á minha felicidade, não vou viver como os outros queiram que eu viva, eu sou á única que simplesmente importa.

Henry-Não pense muito, eu já disse vou cuidar de você.
Então por nós dois eu tomo á decisão de nos casarmos, essa será o melhor feito da sua vida.

Eu-Deixa de ser convencido.
Quero uma festa enorme, um salão perfeito, uma tiara e eu não sei como você pretende fazer isso em três dias mas eu quero que seja do meu jeito.

Henry -Tudo que você quiser meu amor.

Os dias seguintes foram uma correria, fiquei sobre muita pressão, mal consegui pregar os olhos.
Tinha que ajustar todos os detalhes do casamento na última hora, mas foram poucos porque o Henry tem bom gosto e pelo que á decoradora disse ele fez questão de escolher cada detalhe sozinho, estranho.
Á parte mais enfadonha foi fazer  compras e ter que experimentar os inúmeros vestidos de noiva, quase morri sufocada, será que  não dá só para ver o tamanho e só levar, mas melhor não.

Casamento

Trêmula escrevo minha assinatura me tornando oficialmente sua esposa, não vou mentir quase desisti mas ele não me daria sequer essa chance.
Será que eu tive escolha de rejeitar ou eu nem sequer lutei para isso.
Á brisa do mar faz meus cabelos voarem, sempre amei o mar e não tinha lugar perfeito para fazer á cerimônia.
Encaro á aliança de diamante no meu dedo , eu realmente me casei com um psicopata ou algo pior.
Agora perante á lei é perante ao senhor somos marido e mulher , uma só carne, acho que seremos uma só carne depois da lua de mel, esse pensamento faz minha buceta formigar, meu corpo suar é meu coração morrer de ansiedade.
Seu olhar está diferente e tenho medo do que isso pode significar, será que eu sou louca por casar com um cara quase desconhecido e gostoso para caralho, talvez eu seja e por isso sorrio recebendo um sorriso radiante em troca, se aproxima e arrebata meus lábios num beijo possessivo e dominador como se estivesse me reivindicando, eu não fico atrás e beijo seus lábios com força, mesmo para machucar, se eu sou sua você também é meu, diretos iguais Marido!