[ MEU ERRO ]

prólogo

Prólogo

O peso na consciência te faz pensar coisas profundas, coisas que são insignificantes, mas para você são extremamente assustadoras, essa sensação é uma das piores dores que se pode imaginar, é horrível.

E comigo não seria diferente.

Vivemos em um mundo onde as pessoas só vêm o que elas querem ver. "O Rei, a rainha e a princesa" é assim que nos chamam. Eu sou a "princesa" desse povo e uma "princesa" nunca deixaria uma coisa de ruim acontecer com o seu povo, mas nessa parte eu fracassei.

Há alguns anos atrás eu cometi uma enorme burrice.

"Eu estava ansiosa para que Miguel viesse me buscar, segundo ele a gente iria sair porque ele queria me fazer uma surpresa, já que hoje a gente estaria completando um ano de namoro e eu estava muito ansiosa.

Troquei de roupa coloquei uma calça preta e um casaco de couro igualmente preto, ouço enfim um barulho na janela e quando fui até ela avistei Miguel, ele já tinha jogado a corda que eu costumava descer por ela já que a janela era alta. Fugimos quase todos os dias.

Miguel e eu namorávamos escondidos e de alguma forma era bom. Mesmo se eu falasse para os meus pais que estariam namorando eles não ligariam e se ligassem me afastaram dele.

Quando eu já estava ao seu lado ele me puxa pela cintura e me dá um beijo.

- Oi meu anjo. _ anjo, era como ele me chamava logo depois ele me puxa para sair dali.

Eu estava tão ansiosa para ver o que ele tinha para mim naquela noite que eu já não aguentava mais.

Andando, em poucos minutos entramos em uma garagem abandonada onde pude ver dois homens ao lado de uma cadeira que parecia estar ocupada por uma pessoa.

O ambiente estava com pouca iluminação no momento, era à noite e estava escuro. Já era tarde e tudo que a gente ouvia era o puro silêncio.

- Hoje a gente está fazendo um ano de namoro _ fala segurando minha mão de frente para mim_ e porra, eu estou tão feliz. E eu queria te mostrar o quanto eu te amo _ ele fez um sinal com as mãos para os homens que viram o corpo da pessoa que estava sentado com uma venda nos olhos e após Miguel dá o sinal os homens tiram a venda que cobria seus olhos.

Eu consigo ver um garoto com os braços amarrados em torno da cadeira, seus olhos transmitem horror, ele estava assustado, ficou ainda mais quando Miguel tirou da cintura uma arma e mirou em direção ao garoto.

Sem hesitar eu entrei na frente.

- O que você tá fazendo? _ o pergunto

- Eu vou jurar meu amor a você diante desta alma_ ele ri de lado.

- O que? você ficou louco? você vai matar um inocente? Não pode fazer isso!.

- Eu fiquei louco por você meu anjo, eu realmente quero fazer isso _ Miguel estava com um sorriso assustador, nunca havia visto aquele sorriso antes.

- Você não precisa provar que me ama, Miguel, Eu acredito em você, você não precisa fazer isso. _ falo tentando abaixar a sua arma, porém o mesmo tenta me tirar da frente.

Miguel abaixa a cabeça ainda com um sorriso no rosto. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa Miguel pega em minha mão e me puxa para trás de si, assim atirando no garoto.

Olho incrédula para o garoto que agora estava sem vida, logo em seguida olhando para Miguel que tinha um sorriso em seu rosto. ele realmente gostou de atirar em um inocente?

- Você é um doente, Miguel _ saio daquele ambiente que até então me fazia mal por presenciar uma cena que sinceramente eu não queria ver.

- Onde está indo meu anjo? _ Miguel fala pegando em minha mão.

- Isso é loucura Miguel, você acabou de matar uma pessoa inocente. _ o olho me soltando de seu toque.

- E você tá indo embora por isso? a gente tem que comemorar meu anjo _ sorri

Apenas não falo mais nada e vou embora.

Ele desistiu de correr atrás de mim por um momento. Eu realmente estava decepcionada com ele. Durante algum tempo eu tinha suportado e passado a mão na cabeça de Miguel, por tudo que ele tinha feito mas dessa vez eu não pude perdoar. "

Aquele dia ele continuou atrás de mim, mas decidi por um ponto final, é claro, ele nunca aceitou e sempre colocava uma vírgula ou um ponto seguido.

Ninguém poderia saber que a futura herdeira da família Buguargues havia feito parte desse grande erro.

Um erro que eu queria esquecer mas infelizmente não consigo.

Eu amava Miguel, mas o que ele fez, me sentir extremamente culpada, porque de certa forma eu poderia ter evitado tal ato, mas fracassei pondo um ponto final na felicidade de uma família.

Mesmo ainda o amando muito, tive que o deixar para trás. Apagar todas as memórias que tivemos, pois guardá-las não seria bom para mim.

Mesmo eu tentando esquecer e destruir tudo do que construímos, ele sempre vem e reconstrói tudo sozinho.