No mesmo quarto | Miotela

capítulo 70

ANA FLÁVIA

Coloco a bandeja que eu havia tomado meu café em cima da bancada e vou em direção ao elevador para subir para o quarto.

Meu vão seria as 10:30 da manhã, agora eram exatamente 09:30, então resumindo eu tinha apenas uma hora aqui no rio de janeiro.

Então lá vamos nós, de volta para a casa...

* * * *

Eu estava agora imprimindo o cartão de embarque, confesso que estava meio triste por estar sozinha aqui mas foi uma escolha minha...

Depois de ter imprimido o embarque fui despachar as malas. Eu estava literalmente no mundo da lua, meus pensamentos estavam focados em Gustavo.

Eu não conseguia o tirar da minha cabeça de jeito nenhum.

- Ana Flávia? - Ouço uma voz me chamar e me viro para ver a dona da voz.

Eu simplesmente não acredito.

Meu último dia não tinha como ser melhor.

Mas perai, como ela sabe meu nome? Eu nunca falei com ela e ela nunca me viu na vida, só eu a vi no dia que eu peguei ela e Gustavo juntos na balada.

- Como você sabe meu nome?

Ela apenas sorri.

- Prazer, meu nome é Laís. - Estica a mão pra mim apertar meu eu não faço nada - Tudo bem...

Ela abaixa a mão meio sem graça - Eu te entendo.

- Você ainda não respondeu minha pergunta.
Ela ri.

- Desculpa. - Sorri - Eu sei seu nome porque a Carol me apresentou de longe você.

- Que? Você conhece a Carol?

- Infelizmente. - Ela cruza seus braços.

- Olha eu preciso ir. - Tento me virar para ir pro local de embarque mas ela me puxa - O que foi?

Ela suspira.

- Antes de ir você precisa saber uma coisa.

- O que?

- Eu sei que você não está mais com o Gustavo... - A corto.

- Aonde você quer chegar? - Aumento meu tom e me solto dela.

- Calma... - A corto novamente.

- Fala!

- Como vou falar algo se você não me deixa terminar uma frase?

Suspiro.

- Me desculpa.

- Continuando... Você tem que ir atrás dele, você não pode desistir dele.

Eu rio ironicamente.

- Eu acho que a Carol já te contou o porque de nós termos terminado.

- Ela não me contou, eu vi com meus próprios olhos.

- Que?

- Sim. - Ela ri - Na verdade, eu fui o motivo do relacionamento de vocês acabarem!

Fico surpresa. Essa garota é muito cara de pau!

- É melhor você me deixar ir embora, não quero brigar com você aqui. - Fecho meus olhos e respiro fundo.

- Calma... - Ela me implora - Tudo isso foi uma
armação da Carol.

Eu rio.

-Você acha que eu sou besta?

- Por favor acredita em mim e não desiste do
Gustavo, ele não fez absolutamente nada! Foi tudo uma armação e eu participei disso porque fui obrigada!

-Obrigada? Conta outra! Ninguém é obrigado a fazer nada! - Perco a paciência.

- Mas eu fui, a Carol ameaçou meus pais! - Ela me olha e eu fico surpresa - A Carol é bem pior do que você possa imaginar, ela tem sangue ruim, não tem piedade de nada..

Eu estava sem palavras, não estava acreditando
nisso.

- Tudo foi uma armação da Carol, desde o dia da balada até o lance do restaurante!

Eu estava sem reação.

- Por favor me desculpa! Eu me sinto péssima por tudo o que eu fiz... Eu não sou uma má pessoa, eu fui obrigada a fazer isso, ela estava envolvendo meus pais...

- Eu não acredito.

Eu estava em choque, simplesmente em choque.

Eu nunca imaginei que a Carol chegaria a esse nível.

- Por favor, só saia desse aeroporto e vai atrás do Gustavo consertar tudo isso! Você não pode entregar ele para a Carol de bandeja... Só vai embora daqui!

Meu deus.

Não era possível.

Não... Eu...

* * * * *