capítulo 72

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ANA FLÁVIA

Marcos encerra a ligação e coloca seu celular em seu bolso. Sua expressão era a mesma, assustado.

Eu já estava ficando com medo sobre o que poderia vir...

- Marcos? - Pergunto depois de minutos de silêncio.

- O Gustavo...

Milhares de pensamentos começaram a se passar pela minha cabeça pensando em que o Gustavo
poderia ter se metido.

Em uma briga.

Poderia ter sido preso.

Ou... Não, não posso pensar em coisas negativas essas horas, apesar que tudo o que viria a seguir era uma coisa ruim, mas essa... Essa não! Por favor...

-O Gustavo sofreu um acidente! - Ele concluí a frase e me olha sem acreditar - Eu preciso ir atrás do meu filho. - Ele se desespera e sai correndo atrás da chave do seu carro.

Não.

Isso só poderia ser mentira.

Vou atrás de Marcos que estava desesperado pela casa atrás de suas chaves e o puxo.

Eu estava tremendo.

Isso não poderia ser verdade.

- Diz que é mentira... - Sussurro - Por favor. - Sem perceber eu já estava chorando novamente.

Ele para e me encara com os olhos cheios de lágrimas.

- Nesse momento tudo o que eu queria era que fosse mentira. - Ele diz e eu engulo em seco.

Droga, por que tudo tem que dar errado para nós?
Isso tudo é o mundo conspirando para mim e o
Gustavo não ficarmos juntos?

Tudo o que eu mais queria agora era que ele ficasse bem, mesmo que nós não ficamos juntos, eu só quero ver ele intacto, quero ver ele bem, nem que isso seja longe de mim.

-Aonde ele está? - Pergunto sentindo o meu mundo desabando - Ele está bem? Como aconteceu isso?

- Gustavo estava alcoolizado e seu carro acabou batendo de frente com um caminhão... - Coloco as mãos na boca sem acreditar - Se ele está bem?...
Não sei, os policiais e a ambulância chegaram agora lá, ninguém se sabe de nada.

-Você sabe para que hospital estão levando ele?

- Não, provavelmente para o mais próximo. - Ele diz

- Vamos.. Você vai comigo! - Assinto e pego minha bolsa o seguindo

* * * *

Horas se passaram e eu estava angustiada, sem noticias, sem nada. Eu não tinha mais lágrimas para chorar, parecia que elas haviam secado.

Eu não vi o Gustavo na hora que fui com Marcos até o local, a ambulância já tinha ido para o hospital e o que eu vi apenas foi o carro do Gustavo simplesmente irreconhecível. Quando vi seu carro naquele estado, completamente destruído e preso nas ferragens do caminhão me machucou. Me machucou saber que Gustavo estava ali dentro, sofrendo com a dor das ferragens presas nele.

Era angustiante imaginar seu estado.

- Ana? - Meu irmão aparece na minha frente e me levanto desesperadamente para abraçá-lo, isso era tudo o que eu precisava agora - Eu sinto muito minha pequena.

- Por que Rudi? Porque essas coisas ruins só acontecem comigo?

- Ei... Calma, vai ficar tudo bem. - Ele acaricia meus cabelos.

- Não, nunca fica, sempre acontece algo ruim no final.

- Ana calma! - Me solto dele e observo que Giana e Murilo também estavam ali.

Eu estava sem forças para absolutamente tudo, nem para conversar estava afim...

Eles perceberam e apenas assentiram como se estivessem me confortando. Eu sei que poderia ser egoísmo, eles estavam abalados com o acontecimento também. Mas eu não conseguia poxa! Não tinha forças nem para segurar essa barra, então muito menos vou ter para segurar a barra deles.

Saio dali e vou em direção ao banheiro do hospital, tranco a porta do mesmo e desabo ali mesmo, me sentindo exausta fisicamente e psicologicamente para levantar.

No mesmo quarto | MiotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora