Enquanto Não Me Lembro De Nós | Livro I

Prólogo

Ano de 2022

          Os flashs das câmeras não paravam de fotografar a cena que chocou a todos.
O céu estava bonito, a lua cheia e levemente alaranjada.
A música havia parado de tocar, todos que dançavam uma valsas um tanto lenta demais com seus parceiros, haviam parado de valsar e foram ao encontro do que marcaria mudaria a história de Paradis para sempre.

Todos vestidos de gala, ternos, vestidos caros e joias refinadas, o padrão dos deuses.
E embaixo daquele corpo, um carro tão caro que o condutor agora só se preocupava com duas coisas: em sair dali rapidamente para consertar o amassado que aquele corpo deixou e em como explicaria estar justamente ali nesse momento, já que deveria estar "preso no trabalho".

Se não fosse esse amassado no teto da limusine preta que havia sido comprada ha menos de um mês, e o fato de todos terem visto o momento que aquele corpo se chocou contra o veículo caro, poderiam facilmente dizer que aquela pessoa que repousava quase artisticamente ali em cima do carro negro, estava dormindo.

As pernas estavam cruzadas como se estivesse mesmo só se deitado ali para admirar a noite mais bonita que aquele lugar via nos últimos cinquenta anos. Uma mão segurava algo perto do peito, que ainda não era possível ser identificado, pois, os dedos estavam muito apertados envoltos em seja lá o que for.

A outra mão repousava em baixo da cabeça, e o rosto não mostrava um só traço de dor. Somente um sorriso calmo e uma expressão de alívio, reforçando ainda mais a visão de que poderia mesmo estar só descansando.

Se não fosse o sangue que agora descia e pingava no banco de estofado branco da limusine por uma pequena fresta que aquela queda fez, se não fossem os gritos de quem viu de perto a cena, se não fosse o fato de Áquila estar praticamente batendo em todos que tentavam o impedir de chegar perto daquele corpo que repousava de forma majestosa ali e, se não fosse o fato que aquele incidente revelaria o maior mistério dos últimos anos, poderiam até chamar aquela cena de...

... O suicídio mais bonito da história.