—Ele está te acusando de plágio! —O cupido reclama assim que escuta as palavras absurdas de um dos homens na reunião.
Para Augusto e Tarcísio é difícil segurar o riso, pois cada vez que ouvia uma coisa que julgava absurda, ele fazia expressões e falava coisas exageradamente indignadas.
Xingando e brigando com os parceiros de trabalho de Augusto, mesmo que eles não pudessem ouvi-lo.
— Por favor, Augusto ... te dou todo o ouro que tenho se você fizer ele calar a boca agora. —-O cupido comenta baixinho, enquanto toca os ombros do poeta e começa uma massagem ali. — Mas tem que ser no soco.
Claro que somente os dois podiam vê-lo, mas ainda assim, estavam com receio de alguém escutar as falas dele.
As mãos do cupido eram até leves, um aperto "macio", gostoso de se sentir, diferente dos beliscões que ele ja deu no brasileiro.— Seu emprego é um saco, cara! O de comandante do primeiro exército era melhor, pelo menos tinha ação. Ta' que ... você perdeu o movimento das pernas, o pai, mãe, marido e todos que amava, quase morreu umas quinhentas vezes, mas ainda assim.
O baixinho fala baixo e segue com as mãos para a área de cima do trapézio, para ele era somente uma distração para seu tédio naquele reunião. Ele continua sua massagem e, olhando para os escritores na sala, ele mal nota o efeito que os simples atos causam em quem recebe a massagem, quase fechando os olhos.
Ele só tem noção disso no momento que aperta em certo lugar abaixo da nuca e Augusto geme. Isso mesmo. Um gemido é ouvido por todos os presentes na sala, pois se para rir dele, o universo colaborou para todos se calarem naquele momento.
Áquila pausa os movimentos no mesmo instante, os olhos arregalados e uma expressão de choque no rosto. Tarcísio solta um risinho e olha para o amigo. Quando todos os olhares estão nele, o moreno coloca a mão no pescoço e finge —De forma quase artística—que está engasgando.
Tarcísio se levanta, fica atrás do amigo, levantando as mãos dele, técnica errada, mas que sabe que nenhum ali prestaria atenção nisso.
— Estou be-bem.— Ele fala rouco, passando a mão no pescoço.—Obrigado, Tarcísio.
O amigo volta a se sentar em silêncio, olhando de canto para o cupido que permanecia parado, sem falar nada. Está um pouco distante dos dois, as mãos cruzadas em frente as coxas.
— Está com tesão, sobrinho? —A voz inconfundível de Elias o tira do transe, pelo visto só ele podia vê-lo, ja que nenhum dos novos amigos lhe encarou.
— Calado! — Responde e oculta sua voz e presença, melhor evitar que os dois vejam Elias.
Ele sorri, observa a sala e pausa a análise sobre Augusto. Ele realmente é bonito, o rosto marcado e até mesmo as sobrancelhas grandes o deixa mais bonito, os cabelos castanhos conbimam perfeitamente com a pele parda, os olhos eram a cereja do bolo.
— Cuidado, sobrinho.
De novo isso. O mesmo aviso e a mesma expressão, nada para o baixinho faz sentido.
— Porque sempre me dizem isso? Qual o problema? Você vive dando pra os mortais por aí, todo mês se apaixona por um cara diferente, qual o none do último? — Ele finge puxar algo na memória. Ele raramente esuqecia alguma coisa.— Nicolas. Todos vocês ja fizeram isso.
— A situação é diferente. Nós só queremos cuidar, proteger você. Não vamos permitir que a história se repita.
O cupido levanta as mãos em rendição. O sorriso irônico no rosto é seguido por um olhar de descrença quando volta a cruzar os braços, olhando para o outro.
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Enquanto Não Me Lembro De Nós | Livro I
RomanceO que deveria acontecer quando um dos mais importantes poetas brasileiros bebe como Dionísio em uma noite aleatória? tudo, menos o que realmente aconteceu. Ele e seu amigo de infância chamaram a atenção dos deuses, logo, na manhã seguinte um visit...