29. A Flecha do Cupido

56 7 57
                                    

Guerra.

Do latim bellum. Em maioria, todos odeiam guerras. Exceto Tony, aliás, ele é o deus das guerras e conflitos.
Há mil anos não havia uma guerra grande, somente civis.
Em uma dessas que Aquila virou herói de guerra, mas Tony, definitivamente, não está feliz dessa vez.

Como todos os seres do Paraíso, ele odeia Álvaro.
Seu corpo trava quando reconhece a energia ruim que tirou a vida de sua esposa e filhos no passado.

- Opa, quase. - Uma voz conhecida é ouvida por todos, atrás de Ulisses. - Eu não acredito que não me chamaram para essa tão.. agradável reunião familiar.

Katherine sorri. Ou melhor, Álvaro. Não ha mais nada da deusa ali. Ele está atrás de Ulisses, parado e estranhamente, muito perto.

- Ulisses? Tio ... Ta tudo bem?- Aquila chama ao notar que o deus não pisca. Uma espada rubi aparece em uma das mãos do cupido e suas asas despontam. Ele se coloca na frente de Augusto e Paulo. Protege do-os.

- Oh, não vai responder, filho? Que mal educado. - Assim que ele debocha, o corpo de Ulisses cai para a frente e todos vêem, em choque, o coração do deus na mão de Álvaro. - Poxa, cupido, não vai dar pra ele te responder, ele meio que ... - O feiticeiro morde o coração. - Morreu.

Em um impulso, Tony tenta ataca-lo, mas Álvaro somente mexe uma mão e o deus é partido ao meio. Sangue voa para todo lado e a reunião familiar vira um caos.

- Seu desgraçado! - Odélio joga a adaga de volta e Álvaro usa o coração do próprio filho para parar a arma. - Você matou seu próprio filho. Você é tão sujo.

Como o bom louco que é, ou queria demonstrar ser, Álvaro gargalha. Deixando o coração com a adaga cair no chão. Ele retira um lenço do bolso e começa a limpar a mão.

- Faça-me o favor. Você traiu o próprio irmão, roubou tudo que ele, eu, no caso, criei, roubou minha esposa e ainda fala de ser sujo?

Causando um arrepio de medo em alguns ali, ele anda lentamente até o meio do bunker.

- José, tire o Augusto daqui.- Ao dizer, o cupido sente o momento que o elfo o tira de la. Rápido.

A atenção de Álvaro está toda nele agora. Seu olhar parecia carregar o ódio do mundo todo, de séculos e séculos. Sendo que Aquila sequer o conhecia.

- Havila. - Ele fita a mão do cupido.- Ora, ora ... Achei que teria que ir até você. - Ele para exatamente no meio do salão. Não é a voz de Katherine mais.

Suas roupas estão sujas de sangue, seu próprio sangue. Os deuses olham para o lugar que devia haver um coração, mas só tem um buraco que manava sangue.

- Oh, parem de encarar, isso é vergonhoso! Acreditam que o Ambiel ainda tentou lutar conta mim? Ele arrancou meu coração à sangue frio. Ok que eu queria enforcar. Bebê dele, mas poxa ... arrancar o coração? Caralho, achei ... radical.

- Queria o quê, seu merda? Que ele te desse flores?

Batendo as mãos na roupa, como se tentasse limpar, ele da de ombros.

- Não, não, eu adorei isso, tipo, ele foi um oponente à altura. Muito obrigado, Ambiel, pelo menos não tive que sujar as minhas mãos dessa vez arrancando um coração. Na verdade, não tive que sujar em quase nenhuma das vezes.-Ele anda até os três- Odélio, Adina e Áquila-, lentamente. - Esse é o bom de ser alguém poderoso, basta um feitiço e tam, tam, tam!- Faz um gesto dramático com as mãos. - Qualquer um faz o que você quer. Como o Elias quando tentou matar ele. Aquele idiota me viu roubando sálvia e eu enfeiticei ele. Pena que esse cupido inútil o matou.

Enquanto Não Me Lembro De Nós | Livro I Onde histórias criam vida. Descubra agora