19. Asas brancas

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           O ano de 2022 ja tinha começado estranho, as missões estavam mais ágeis, provavelmente pelo fato de Ambiel ter mudado de setor, continuava inovando a tecnologia, mas ajudava com as almas.
Ele e Áquila trabalhavam juntos, pareciam mesmo um casal, mesmo que não fossem um de verdade. Para o Paraíso eles eram, isso que importava.

Katerine também estava com os dois na maioria das missões, seja as mais simples ou não. O que rendeu o que falar, pois ela não largava Elias antes disso. Era tão colada no deus que chegava a ser doentio.

O Paraíso estava em festa, pois havia uma criança à caminho. Filho de Lyana com um deus menor; Salatiel. Vários casais tinham se formado nos últimos tempos.
Elias e Oliver, o deus da criatividade.
Até Adina estava se engraçado com alguém que Áquila não apoiava, mas não tinha muito o que fazer, aliás sua mãe é adulta. E também, ele tinha que parar com o preconceito, pois Poé não era ruim, Áquila que era ciumento.

— Áquila, Baby, para de fuzilar eles com os olhos.

Ambiel fala, colocando o braço em volta da cintura dele, o abraçando por trás. O cupido se aconchega no abraço desajeitado. A diferença de altura dos dois não era tão grande, Ambiel é cerca de quinze centímetros maior que ele. Então o deus apoia o queixo no ombro dele.

— Olha só, ela é minha mãe, eu preciso vigiar ela, ok?

Ambiel sorri, incrível como o cupido fala isso e nem mesmo desvia o olhar dos dois, encarando com ódio o casal que dançava abraçado no salão do Paraíso.
A decoração era vermelho com branco, desde as cortinas, às toalhas de mesa e até mesmo as taças.

Os homens estavam vestidos de preto e as mulheres de vermelho.
Ambiel com um termo preto, a blusa de dentro e sapatos eram vermelhos.

— Exatamente, é sua mãe. Pare com isso. Ela não implica com seu casamento.

Comenta, dando em beijo na bochecha dele. Os dois tem uma vivência interessante, nada sexual e o máximo que acontecia entre eles são selinhos às vezes, pois para o Paraíso eles são sim, casados. Então algum contato devia existir. 

Nos últimos tempos isso tem mudado, nenhum parece ter percebido.

Flashback;

Ambiel se deita na cama, tinham duas semanas de casados, e tinham dado o primeiro "beijo", pois o selinho durou menos de três segundos.
Áquila estava somente de calça moletom preta, os olhos atentos aos de Ambiel, ele tinha um receio gigantesco dela se apaixonar por ele.

— Tenho que te contar uma coisa.— Ambiel fala, se apoiando nos cotovelos. —Nós não somos casados de verdade.

— Como é? Claro que somos. Eu assinei os papéis de ouro do Paraíso e tudo.

Ele se senta na cama.

— Assinou, mas, não era um contrato de casamento.— Ambiel morde o lábio.-— Você só aceitou que eu dormisse aqui. Odélio estava tão preocupado em somente te casar que não conferiu nada, nem mesmo notou que quem fez a celebração foi uma ninfa.

Áquila fica calado por alguns segundos, ele desvia o olhar do de Ambiel.

— Isso foi genial!— Sorri, abertamente dessa vez.— Você que teve a ideia?-— Ve Ambiel concordar com a cabeça.-— Mas porquê? Tipo ... Não queria casar comigo?

— Não.

—Ah, nossa,você podia disfarçar ao menos.

Reclama, fingindo mágoa, ele coloca uma mão sobre o peito.

— Não, vai dizer que queria? Não. Nem adianta mentir pra mim, seu idiota.— Ambiel responde, retirando os óculos, os colocando sobre o criado mudo para dormir.— Eu te conheço melhor que você mesmo. E é por te conhecer tão bem que eu fiz isso, agora dorme.

Enquanto Não Me Lembro De Nós | Livro I Onde histórias criam vida. Descubra agora