32. Existência eterna

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          Aquila estava se olhando no espelho da casa de Tarcísio, na sala enorme. O amigo estava tão agoniado, nervoso, andando de um lado para o outro. Os cabelos castanhos do Câmara já tinham sido bagunçados, os óculos perdido por cima dos móveis, ele iria ter um treco se não tivesse notícias de Maria Luísa logo.

— Tarcísio, calma! Ela está com a mamãe, não tem como algo dar errado. — O cupido comenta, passando a mão pelo rosto, até ele já estava nervoso.

— O que me garante? Ninguém fala nada! Eu vou entrar lá para saber.

O Câmara tenta andar até a porta, mas Augusto o segura pelo braço, não de forma rude, o poeta entende a preocupação dele.

— Calma, está tudo bem. A Adina é boa nisso fique tranquilo, querido, Luísa está nas melhores mãos.

— Ok. Preciso de um café...

Ele segue para a garrafa de café que ha em uma mesa dali. Ele queria poder estar no mesmo ambiente que a esposa, poder assistir o parto, mesmo sabendo que iria desmaiar.

 

— Lembra que ficaremos assim quando nossos filhos nasceram? — Michel, o amigo de Maria Luísa, pergunta baixinho quando fica ao lado de Ravi.

Sua pergunta é respondida no mesmo segundo.

— Sim, você não aguentou e entrou na sala.

— Eu só queria noticias dos nossos filhos.—Ele passa a mão no ombro do asiático.

— Eu sei. — Sorri de volta. Era hilário como os olhos dele se fechavam quando sorria.

— E agora o seu ex ficante está surtando porque nossa amiga e esposa dele está parindo.

Ravi fala balançando o corpo de um lado para o outro e depois dando um passo à frente.

— Seu boca de sacola!— Sussurra fitando o rosto sortimento do ex marido.— Será que ela sabe?

— Sabe, eu contei.— Tarcísio responde. Está com um copo cheio de café na mão. Tremendo. — E vocês? Vão voltar quando?

  O ex casal se olha e Ravi da um passo para trás, Michel faz o mesmo. O assunto morre bem ali.

— Você teve uma visão, não é? — Aquila abraça a cintura do namorado. O rosto erguido para focar em seus olhos. Estava agoniado, pois, ele era o mais baixo naquela sala.

Augusto concorda com a cabeça, abraçando-o de volta. Pelo pescoço, cuidando para não tocar o local que ainda doía no cupido.

— Sim.

— Sobre o quê?

O poeta não responde, só balança a cabeça em direção ao Darwin e o  Snodiny ao lado. Cerca de meia hora depois Adina aparece na sala. Ela os chama avisando que a criança nasceu e como um flash, Tarcísio corre para o quarto sem ao menos escutar o que mais a deusa tinha a dizer.

A bebê é fofa, saudável e na opinião de Maria Luísa, a coisinha mais linda que já viu.
Tarcísio o segurou quase tremendo, com medo de machucar.

— Tão fofinha. Olha só. Ela é linda. O cientista se aproxima dos quatro com a criança.

— Parece um joelho com cabe-Ai, Augusto! — A fala do cupido é interrompida por um beliscão nas costelas. O poeta sorri forçado, abraçando a cintura do namorado, apertando um
pouco mais que o normal.

Enquanto Não Me Lembro De Nós | Livro I Onde histórias criam vida. Descubra agora