17. Em tempo.

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   capítulo com 4265 palavras.



           Seria o mês do São João, então as bandeirinhas que enfeitavam a rua eram desse modelo porém, contendo todas as bandeiras que representavam sexualidades e gêneros.

Tarciso sorriu admirando tudo ali, ele adorava mesmo esses eventos; vestia uma camisa social branca de manga curta, calça preta e tênis, com a bandeira trans presa pelos ombros. Maria Luísa com uma saia rodada de arco-íris em cores pastéis, blusa rosa pastel e tênis. Tinha uma bandeira que representa a pansexualidade presa como uma capa de heróis.

Salatiel era o que estava menos a caráter, somente de blusa azul escura.

— O Salatiel é sempre tão  fechado, né? — Luísa pergunta olhando as vestimentas dele pela quarta vez.

Tarcísio sorri, passando o braço pelos ombros da namorada, a levando para o meio da multidão, neste dia não existia espaço para não estar focado no momento maravilhoso que iam viver.

Uma hora depois, Salatiel ja estava beijando algumas pessoas. Na verdade, dizer algumas seria gentileza, Tarcísio perdeu as contas rápido de quantas bocas viu o amigo beijando. Somente mulheres.

Augusto chegou um tempinho depois, reclamado de como estava muito cheio ali. Ele estava com uma calça listrada, preto e branco, blusa branca e um lenço rosa, roxo e azul no bolso da blusa. Com um coturno e óculos escuros.
Os quatro acompanharam os shows, os de drags, cantores famosos e até um discurso — Que todos sabiam ser da boca pra fora. — do presidente.  Quando ja estava escurecendo as cores do arco-íris começaram a brilhar no congresso Nacional. Seria lindo, bem representativo se os quatro não soubessem que era uma pura farsa. 

— Uau! — Salatiel fala olhando atônito para algumas pessoas que estavam um pouco distantes deles.

Eram seis, para ele, todas eram a personificação da beleza, mas delas era literalmente isso,—Aos olhos dele.— a mulher era magra, negra e de cabelo curto e cacheado, e era essa que ele olhava mais.
As seis pessoas estavam sentadas sobre uma enorme bandeira de arco-íris. 

Havia essa mulher que estava sentada ao lado de um rapaz com cabelos grandes e uma bandeira gay/arco-íris nas costas, esse tinha com certeza os olhos mais bonitos  que Salatiel ja viu, verdes, parecidos com a esmeralda do colar que Augusto nunca tirava do pescoço.
De frente para os dois estavam um casal com uma garota ruiva e um loiro, provavelmente heteros, só apoiadores. 

E ao lado estava a pessoa que Augusto vinha admirando desde o momento que notou aquele grupo.
Todos pareciam risonhos e alegres, exceto um. Um homem que não parecia muito feliz, por isso ele estava receoso de estar encarando demais.
Cabelos pretos, uma calça jeans preta, rasgada que nos joelhos dava pra ver que tinha uma meia arrastão por baixo, camisa verde  ciano e jaqueta preta por cima, ele calçava um coturno preto de salto.
Ele tinha as cores da bandeira de arco-íris em uma bochecha e na outra  da bissexual, desenhos que tinham sido feitos pela pessoa que estava do seu lado.

Uma pessoa que Augusto ainda não tinha identificado o gênero. Cabelo longo, castanhos, quase ruivos; calça de moletom preta e uma camisa larga rosa. Estava com as bochechas desenhadas também. Uma com cores de uma bandeira que ele não conhecia e na outra com as mesmas cores que o seu "crush" usava. Parecia conhecida, mas Augusto não lembrava bem.

— Miguel, Miguel ... Ele não aguenta.

O poeta se vira para Salatiel confuso. Olhando o amigo que já estava feliz demais, não bêbado pois, dessa vez ele parou rápido porém, bem alegre mesmo.

— O quê?

— Ele. — Salatiel apontou com o queixo diretamente para o homem sentado com o grupo. —Ele é um colírio para os olhos mesmo, mas amigo, olhe o seu tamanho e o dele.  Primeira estocada e você quebra ele ao meio.

Enquanto Não Me Lembro De Nós | Livro I Onde histórias criam vida. Descubra agora