Capítulo 37

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Alerta de gatilho:

Se você tem trauma com violência, em especial violência contra menores, aconselho a não prosseguir com a leitura desse capítulo!

POV da Aspen

A situação era claramente caótica.

Embora J.V. estivesse tentando projetar um ar de tranquilidade e calmaria, Aspen conseguia ver claramente que o corpo inteirinho do menino estava tremendo enquanto ele discretamente tentava se colocar entre a ruiva e seu pai.

Melhor eu acabar com isso antes que a situação piore muito, Aspen pensou, mordendo o lábio inferior. Seria ideal se eu conseguisse chamar a polícia, mas com a atenção dele em mim, eu só posso torcer para alguém aparecer e notar o que tá acontecendo aqui...

— Vergonha? Não sei do que o senhor está falando, — J.V. disse, sorrindo sem graça. — por que não vamos indo para casa e--

— Não sabe do que eu estou falando? Então deixa eu me explicar: o que raios você acha que está fazendo se exibindo lá igual a um babaca lá em cima do palco? Tá virando maricas agora?

Aspen notou quando J.V. cerrou os punhos e respirou fundo, como se estivesse tentando se acalmar.

— Ah, o senhor viu a minha apresentação. Parece que foi um sucesso, não foi? — J.V. disse, claramente se esforçando para manter o tom de voz tranquilo. — Desculpa não ter contado para o senhor, é que eu queria fazer uma surpresa para o senhor... quando eu tivesse certeza de que poderia fazer sucesso, é claro.

Dando um passo para frente como se fosse dar um soco em J.V., o homem cambaleou e quase caiu, claramente alterado pela bebida.

— Jorge, melhor irmos para casa agora, — um dos homens que estava acompanhando o pai de J.V. disse, segurando o homem por trás. — você pode conversar com o seu filho depois, quando estiver mais calmo e--

— Eu tenho que falar com ele agora,— gritou Jorge, sua voz estranhamente aguda e desafinada, enquanto tentava se desvencilhar do amigo e soltava uma meia dúzia de palavrões. — ele tem que entender que tá arruinando a vida dele!

Notando que J.V. parecia estar perdendo a paciência, Aspen decidiu que era o momento de tentar tomar as rédeas da situação — mesmo que ela sentisse que aquela situação era tão perigosa quanto uma bomba prestes a explodir.

Vamos lá, Aspen, você quer ser advogada. Tem que estar preparada para esse tipo de coisa, se aconselhou, dando um passo para o lado e saindo de trás do J.V.

— É, acho que estamos todos com a cabeça quente mesmo, — Aspen disse, oferecendo um sorriso sem graça, mas agradecido, para o senhor que estava tentando segurar o pai de J.V. — melhor vocês conversarem mais tarde...

— Isso, a menina está certa, vamos para casa Jorge...

— E o que é que você tem a ver com a minha vida Mathias? — Jorge empurrou o homem para longe, e Aspen assistiu com preocupação quando o homem cambaleou e quase caiu no chão. Assustada, ela chegou a dar dois passos na direção dele para ver se estava tudo bem com o senhor que já parecia ter uma certa idade quando viu o homem corpulento vir em sua direção. — E você, sua menininha intrometida, tudo estava indo muito bem na minha vida antes de você se meter no meu caminho!

Sem ter tempo para reagir, Aspen assistiu a cena quase como se estivesse acontecendo com outra pessoa quando o homem corpulento rapidamente avançou em sua direção e, antes que ela pudesse reagir, a empurrou para o meio da rua, fazendo com que ela cambaleasse e caísse, batendo a cabeça com força contra o asfalto da rua.

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