Capítulo 25

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POV da Aspen

Dizer que J.V. era bom era uma mentira.

– Meu, ele é um Deus nos palcos. – Camila disse, boquiaberta, ao lado de Aspen. – Vou ter que fazer espaço na minha parede de Idols. Eu preciso de um poster do J.V.

– Eu sabia que ele cantava bem, mas... eu não fazia ideia... É como se ele virasse outra pessoa no palco, né?

– Awww – a risada de Camila era claramente debochada. – nossa Aspenzinha tá apaixonadinha?

– Apaixonada? Da onde você tirou isso, Mila? – sentindo seu rosto esquentar, Aspen desvia o olhar do palco pela primeira vez desde que J.V. começara a cantar. – Eu não tô apaixonada! Você não precisa estar apaixonada por alguém para admirar as habilidades dele.

– Bom, se você não tá, eu sei que tem um monte de gente que tá. – Camila apontou com a cabeça para um grupo não muito distante delas, que parecia igualmente fascinado pela apresentação de J.V. – Aposto que o Enzo vai se distrair um bocado respondendo a um monte de declarações de amor ao J.V. no instagram.

– Esse 'monte de gente' não tá apaixonada pelo J.V. Eles estão encantados com o Victor, que, como você e eu sabemos muito bem não existe. Você não pode se apaixonar por alguém que não existe...

– Hm. E você tem certeza disso? – o sorriso arrogante de Camila era quase cruel. – Porque assim, no fundo, no fundo, eles são a mesma pessoa. E já ouvi várias histórias por aí de artistas que se apaixonam por fãs...

Isso não é tão comum assim como você tá fazendo soar. – sua voz estava soando estranhamente hesitante. – Em todo caso, ele é meu amigo e não tem nada a ver, essas insinuações que você tá fazendo.

– Uhum. Seeeei. – se inclinando bem próxima à amiga, ela começou a sussurrar. – Para começar, Aspen, eu nunca vi você se dedicar tanto para fazer alguma coisa para ajudar alguém que não fosse eu, ou alguma das outras meninas. Você é um amor, mas não é tão altruísta assim.

– Mila!

– Além do que... isso é maquiagem no seu rosto? – Camila soltou uma risadinha. – Nunca te vi usando maquiagem, mas você tá muito bem! Tem um talento natural, sabia?

– CAMILA! – Aspen gritou, embora não chamasse muita atenção já que sua voz fora abafada pela música alta.

– O quê?– Camila disse, gesticulando exageradamente como se não estivesse ouvindo o que a Aspen estivesse dizendo. – A música tá alta!

Sabendo perfeitamente bem que Camila estava debochando dela, e se sentindo um pouco sem graça pelo impulso que a tinha levado a usar só um pouquinho de maquiagem aquela noite - mas o evento era a noite! Seria estranho se ela não passasse nem um batom! - Aspen se virou para a frente e se permitiu, mais uma vez, ser capturada pelo feitiço que J.V. estava lançando em sua plateia.

No que ele estaria pensando, Aspen se questionou, seus olhos se encontrando com os de J.V. por trás da elegante máscara de veludo negro que Érica havia feito para ele, enquanto cantava tão concentrado?

*

– ... E A CULPA É SUA!

Quando Aspen reencontrou seus outros amigos na porta do Centro Cultural, ela estava pensando que podiam combinar de comer uma pizza para comemorar. Afinal de contas, J.V. havia ficado em terceiro lugar, o que era uma excelente posição para a primeira apresentação oficial do concurso.

Agora teriam que se preparar para as próximas duas apresentações: a semifinal e, sendo positiva, a final. Mas o dia havia terminado de forma positiva, então Aspen estava com um bom humor incomum quando saiu do Centro Cultural para se deparar com uma Érica que, claramente descontrolada, virou o que tinha sobrado da sua latinha de coca cola na cabeça de um Enzo que parecia igualmente irritado.

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