POV do J.V.
Correu os dedos pelas cordas do violão, encarando a plateia com um sorriso. O mar de luzes criado pelos celulares erguidos criavam um tipo de ambientação que ele nunca tinha imaginado ver daquele ponto de vista.
Ouvir a plateia gritando o seu nome deu a J.V. uma sensação de adrenalina que ele nunca havia sentido antes, era algo completamente diferente do que acontecia em suas partidas de futebol – algo mais pessoal, mais próximo, de certa forma.
Não era para o time que eles estavam torcendo, era para ele.
Com um sorriso que ele simplesmente não conseguia conter, agradeceu ao público e se despediu, cedendo o palco para o próximo competidor.
*
Embora todos os três finalistas tivessem os seus próprios camarins, J.V. simplesmente não conseguiu ficar sentado, sozinho, dentro do seu próprio camarim depois da primeira apresentação.
Em parte, era a necessidade de estar perto do público — e, por conseguinte, de sua mãe. — e, em parte, o silêncio que ficava dentro do camarim era simplesmente terrível para seus nervos.
Era melhor poder ter uma noção do que estava acontecendo.
Pelo menos podia gastar um pouco do excesso de energia que parecia estar borbulhando dentro das suas veias.
Era pior ter uma noção do que estava acontecendo.
Porque assim conseguia notar, com grande claridade, o quão incríveis eram os seus adversários.
Com isso, acabou conhecendo melhor os seus adversários — a ilusionista de dez anos Elisa e o grupo de dança Mischief.
Atualmente, o grupo estava se apresentando ao som de Anita, enquanto a pequena Elisa comia o que devia ser o quinto pacote de balas de gelatina distraidamente.
Como é que ela consegue?
J.V. estava admirando a capacidade de ingestão de açúcar de Elisa, quando uma mão em seu ombro o despertou de seus devaneios.
Foi com um susto que J.V. reconheceu o rosto sorridente de Aninha do Vale, uma das juradas do concurso que o observava com nítida curiosidade.
— E aí? Ansioso para os resultados?
J.V. soltou um suspiro e notou que o grupo de dança tinha retornado da sua apresentação e agora conversava entre si. Lá fora, ele conseguia ouvir uma música suave e assumiu que algum tipo de entretenimento estava acontecendo enquanto a plateia votava em seus favoritos.
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Entre Cadernos e Notas
RomanceAspen vive com a cabeça nas nuvens. João Vítor, o JV, é um rapaz sob uma enorme quantidade de pressão. Para Aspen, que sempre foi considerada brilhante, JV é um idiota musculoso. Para JV, que sempre teve um grande dom para o esporte, Aspen era uma m...