Capítulo 23.

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Passei aquela noite me abrindo com Jisoo, não deixando que nenhum detalhe escapasse.

Assim que finalmente terminei minha longa narrativa, ela deu um sorriso:

— Roseanne, não é assim que o amor funciona.

Achei melhor ouvi-la. Afinal, qual de nós duas ali era casada e tinha uma filha?

Eu que não era!

— Ele não vai simplesmente parar de sentir seja-lá-o-que-ele-sente por você só por causa da mentira. Pode desejar querer parar de sentir, pois é provável que fique furioso, mas o sentimento não vai desaparecer do nada.

Ouvi aquilo com toda a concentração, tentando memorizar.

- E não pense em considerar tudo uma batalha perdida!

Confirmei com a cabeça. Ela se aproximou mais de mim e disse baixinho:

— Quero conhecê-lo. - Seus olhos brilhavam e um sorriso brincava no rosto dela. — Quero saber quem está te deixando tão perdida e confusa! Em todos os anos que te conheço, jamais te vi desse jeito, minha amiga!

Não soube se aquilo era bom ou mal. E como se soubesse o que eu estava pensando, Jisoo completou:

- E isso é maravilhoso!

Sorri em resposta.

O sentimento era maravilhoso, isso eu tinha de concordar.

Mas a situação era horrível.

No entanto, será que se eu ainda fosse princesa, eu teria conhecido Jimin? Notado ele? Reconheci que não, e senti um aperto no coração por ter chegado a esta conclusão tão rápido. Isso me fez pensar que talvez tudo aquilo meio que tenha sido necessário para que eu tivesse a chance de ter Jimin na minha vida.

Não sou muito supersticiosa, mas tenho certeza de que se Jisoo soubesse o que eu estava pensando, chamaria isso de destino.

- Você vai conhecê-lo, Soo — afirmei à ela, baixinho.

Não sei da onde tinha surgido a esperança - esperança não, a certeza de que ainda teria Jimin após tudo isso-, mas a agarrei com as duas mãos.

...

Quando me aproximei de Acândia em uma manhã de terça-feira, a última coisa que eu queria ouvir era sobre o meu aniversário, mas foi exatamente do que ela tinha decidido falar.

Ajeitei a postura e do jeito mais nobre que conseguia me expressar, resolvi fazer algumas poucas exigências:

— Queria que adicionassem algo novo no buffet - avisei. Acândia prestava atenção. - Cachorro-quente.

Ela apertou os olhos, tentando entender o que eu queria dizer com aquilo. Após um tempo, percebeu que o que havia dito não tinha nenhum segundo sentido. Por fim, arregalou os olhos e me perguntou:

— Rosé, você sabe da onde vem a salsicha, certo?

Pensei um pouco. Bem...

— De alguma parte do porco, suponho.
Acândia gemeu e pareceu levemente repulsiva à ideia do cachorro-quente.

E então me explicou. No final daquela tortuosa explicação, fiquei claramente assustada.

Como Jimin pôde me fazer comer aquilo?
Estava tentando me matar?

Jamais encostarei em um pedaço de salsicha de novo. Nunca mais.

Conversei um tempo com Acândia, ainda traumatizada e fiz uma nota mental de cuspir fogo em Jimin na próxima vez que o encontrar.

𝐑𝐄𝐀𝐋𝐄𝐙𝐀 𝐎𝐂𝐔𝐋𝐓𝐀 - 𝐉𝐈𝐑𝐎𝐒𝐄 Onde histórias criam vida. Descubra agora