Essa é minha garota

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Hogwarts, 1988.

A professora McGonnagall levava o primeiro ano até o grande salão, onde, em poucos minutos, aconteceria a cerimônia de seleção das casas. No trem, Andromeda fizera amizade com dois outros bruxos, Cedric Diggory e Alexandria Carter. Cedric era um garoto gentil, calmo e educado, além de adorar falar sobre plantas, dragões e música, sua pele era pálida como um vampiro e seus cabelos castanhos como carvalho,"Eu gosto do New Kids, mas a-ha é legal também", dissera ele para Alexandria (Alex). Alex era quase o completo oposto de Cedric, sendo uma garota extremamente enérgica e engraçada, seus interesses eram rock e qualquer tipo de esporte. Sua pele era mais escura que a de Andromeda, e seus cabelos negros como ébano, lisos e curtos, "Eu gosto mesmo é de Michael Jackson, isso sim é música".
Os três entraram no salão, com todo o primeiro ano. Remus aguardava ansiosamente da mesa dos professores, nunca pensou que veria sua filha ser selecionada para uma casa em Hogwarts como professor, nunca pensou que seria realmente professor em Hogwarts, nunca pensou nem mesmo que seria pai.
McGonnagall começara a anunciar os nomes.
- Delylah Bloom - Selecionada na Corvinal.
- Raphael Wormwood - Sonserina.
- Cedric Diggory - Andromeda bateu palmas animadamente quando o nome do amigo foi chamado; Remus o conhecera brevemente no trem, e também o aplaudiu. Ele foi selecionado para a Lufa-Lufa.
- Andromeda Black-Lupin - Andy se dirige até o banquinho de madeira e se senta.
- Sabe, eu me lembro de por esse mesmo chapéu na cabeça de seus pais - disse McGonnagall - Espero que não seja tão encrenqueira quanto eles - A professora sorriu para ela.
- Não vou - A garota sorriu de volta. Vou ser ainda melhor, Andromeda pensou.
O chapéu foi então posicionado na cabeça de Andromeda. Remus esticava seu corpo para frente, tentando ver o rosto da filha.

-Andromeda Black-Lupin... Você tem uma cabeça cheia de ideias, garota. Seus pais adotivos eram Grifinórios, mas, se quer saber, conheci sua mãe também. Era da Corvinal.
Uma pontada de curiosidade invadiu os pensamentos de Andy.
-Mas, e você? Vejo que tem potencial para crescer na Corvinal.
Andromeda não sabia como reagir a isso, talvez fosse legal ser da mesma casa que a mãe... mas, pelas histórias de seus pais, a Grifinória era uma casa incrível.
-Entendo... Bom,então talvez você se dê melhor na... GRIFINÓRIA!
- ESSA É MINHA GAROTA! - Um grito foge da boca de Remus, que se envergonha na hora e se senta, uma vez que levantara junto com o grito.
Andromeda estava feliz com sua casa, e a reação de seu pai só alimentou esse sentimento, mas, uma coisa não saia de sua cabeça: Sua mãe também era bruxa e estudou em Hogwarts.

***
No mesmo dia, a noite.

- Ei! Andy! - Era Remus. Andromeda estava no caminho da sala comunal, acompanhada por Alex, também da Grifinória.
- Pai! Você não devia estar aqui! - Ela abraça um sorridente Remus Lupin.
- Eu sei. Mas eu dei um jeitinho de vir te dar os parabéns direito.
- Obrigada, pai!
- Senhor Black-Lupin? - Era a voz de Albus Dumbledore.
- Dumbledore. - Ele rapidamente põe-se de pé e virado para o diretor.
- Se não se importa, Remus, gostaria de falar com a "sua garota".
- Ok. - Ele então sussurra no ouvido de Andy - O Papa mandou uma carta pra você, vou dar para a sua amiga e depois ela te entrega.
- Senhorita Black-Lupin, queira me seguir - Dumbledore diz, afastando-se e indo em direção ao seu escritório. Andromeda o segue e, chegando ela não pode deixar de notar uma foto do que parece ser um clube de astronomia.
- Andromeda... Imagino que o Chapéu tenha lhe falado algo sobre sua mãe, não?
- Sim, professor.
- O nome dela era June. June Greenhouse - Andromeda sentiu seu coração se aquecer ao ouvir aquele nome - Essa é ela - Ele aponta para uma garota morena no centro da foto, com cabelos castanhos escuros ondulados e olhos azuis.
- Uau - Andy passa seu dedo indicador sobre o rosto da mãe - Ela era tão bonita...
- E uma excelente aluna. Quanto ao seu pai, eu não o conheci, era trouxa. Pelo que soube eles moravam perto da Escócia.
Eu poderia ter um sotaque escocês- Andy pensou.
- Eu recebi uma foto dela e do seu pai, no dia do casamento deles, também - Ele entrega uma foto dobrada ao meio. Ela desdobra, revelando a mãe dela, usando um vestido branco de renda com rosas estampadas na saia, ao lado de um homem ruivo de olhos escuros, com um terno também branco.
- Esse é...meu pai? - Ela achou tão estranho, não era nada parecida com ele. E, se fosse comparar, ela se parecia mais com Remus e Sirius que com o pai biológico.
- Sim, senhorita Black-Lupin. Vou entender se quiser levar essa foto consigo.
- Na verdade... Não - a resposta dela surpreendera Dumbledore - Eu gostaria de ter conhecido eles, mas, eu não escolheria ninguém no mundo diferente dos meus pais para me criarem.
- Muito bem. Está liberada, querida.
Andromeda sai da sala de Dumbledore. Ela esperava algo... diferente. Mas, notou que nenhum de seus pais biológicos possuía cicatrizes, o que provavelmente significa que nenhum deles possuía licantropia. Então... como ela tinha? Não se lembrava de nada de antes do orfanato, mas ela já possuía feridas e uma cicatriz estranha na perna com 4 anos então deve ter sido mordida antes disso. Mas como um bebezinho poderia sobreviver a mordida de um lobisomem raivoso? Pensara. Quando se deu conta, estava em frente ao dormitório feminino. Ela abrira a porta silenciosamente e se deparara com um envelope em cima de sua cama. Ao abrir, além de uma carta, havia um berrador no envelope. Ela então acendeu um abajur e começou a ler a carta.

" Para minha filha querida, Andromeda.
Bom, eu não sei muito bem como começar essa carta, nem como chegar no meio e nem como terminar ela. Só queria dizer que já estou com saudades. Não sei como vou dormir essa noite sem você e seu pai, mas eu vou descobrir. Não se assuste, não vou discutir com você no berrador, é só... caso você não consiga dormir. Eu te amo meu amor.
Papa."
Andromeda fechou a carta, e abriu o berrador, que suavemente começou a cantar Blackbird para ela, até que a garota adormecesse.

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