So This Is Christmas

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Amersham.
Chalé dos Black-Lupin.
24 de Dezembro, 1988.
08:02.
Lua Cheia.

O sol era encoberto por nuvens e o gramado por neve enquanto Sirius tomava seu café da manhã, sua xícara de café quente deixava marcas na mesa de madeira e o pote de geleia usado em um quarto das suas torradas estava acabando e logo precisaria ser reposto. A última noite havia sido infernal, as transformações de Andy estavam cada vez mais violentas e Sirius não estava mais conseguindo dar conta de cuidar dela, tendo sido arranhado acidentalmente e agora fazendo um curativo  para seus braços. Remus estava adormecido quando Sirius o achou na floresta, e teve que apoiá-lo em seu ombro e arrastá-lo até o chalé, Esse remédio que a Poppy deu é forte pra caralho, ele pensava. Sirius se levantou e foi em direção à porta, quando ouviu passos.
- Se você for fumar, coloca outro casaco, tá um frio da porra aí fora - Era Remus, mancando apoiado em sua bengala.
- Moony! - Sirius corre até ele e o ajuda a se sentar no sofá - Como...
- Como eu sei que você tá fumando de novo? Sirius, amor - Remus se inclina e beija delicadamente os lábios de Sirius - Eu beijo sua boca a tempo suficiente pra saber quando um cigarro passou por ela.
- Você deve estar com raiva de mim agora, né?
- Por que estaria?
- "Por que estaria?" Eu fiz uma promessa, Remus. Nós dois fizemos. Foram oito anos sem encostar em cigarro. E eu joguei tudo fora em um dia - o moreno lacrimejava, escondendo o rosto nas mãos - Eu sou péssimo. Um péssimo pai, um péssimo marido, um péssimo irmão - Remus o abraça, fazendo carinho em sua cabeça, e Sirius retribui, o abraçando mais forte, o que fez a coluna de Remus doer, mas ele não reclamaria de algo que o estava fazendo tão bem quanto abraçar seu marido livremente, sem medo.
- Você é maravilhoso. Um pai maravilhoso, um marido maravilhoso, um homem maravilhoso - Remus diz, colocando sua mão na mandíbula do moreno - Eu não estou bravo com você. Eu te entendo.
- Me perdoa?
- Eu que devia te perguntar isso - Ele afasta o cabelo de Sirius do rosto - Te deixar do jeito que eu deixei... Isso foi péssimo.
- Para de se culpar. Todas as decisões que eu tomei foram minhas, não suas. E você ama ensinar.
- Não mais do que eu amo você.
- Eu sei. Mas você não vai deixar Hogwarts. A Andy precisa de alguém lá que entenda ela. Se não ficar por você, fique por ela, por mim. Se eu não tivesse notícias dela toda lua cheia eu acho que surtaria.
- Você tá certo - Remus se move e sente uma dor aguda na lombar, mas não reclama, já estava acostumado.

***

18:38

O disco Signature Box, mais especificamente a música Happy Xmas, de John Lennon estava tocando na fria noite do Natal dos Black-Lupin. Apesar da neve espessa, o clima no chalé era quente e aconchegante, todos usando suéters feios natalinos e tomando xícaras após xícaras de chocolate quente. Normalmente, eles, James, Regulus, Lily, Mary, Marlene, Dorcas, Pandora e as crianças passariam o Natal juntos, mas Andy havia se ferido de diversas formas e em vários lugares na noite passada, então acharam melhor não saírem de casa nesse ano.
- Andy, querida - começou Sirius - Eu soube de uma pegadinha que aconteceu no Halloween, lá em Hogwarts. A que o garoto ficou com os cabelos coloridos, simplesmente genial.
- Também achei - a garota ri - O Cyrill bem que mereceu.
- Eu também soube, Andy, que no outro dia ele recebeu um bilhete escrito " Cabelo legal, garoto arco-íris", assinado por Lady Stardust.
Andy suspirou, havia sido descoberta.
- Você tá bravo?
- Bravo? Eu estou é orgulhoso! Minha filha é um gênio das pegadinhas, assim como os pais dela.
- Quanta modéstia, Sirius - ironizou Remus - Esse garoto estava te incomodando, Stardust?
- Um pouco.
- Pode contar pra gente, meu bem - Sirius segurou a mão dela, quando a garota finalmente percebeu o corte recente na mão do pai.
- Eu... Eu fiz isso com você?
- Não importa, eu já estou bem. Agora eu quero nomes e endereços pra m-
- Sirius.
- Pra ensinar a esse jovem rapaz boas maneiras.
- O nome dele é Cyrill Carter.
- Carter. Essa família não presta mesmo.
- Não fale assim, Papa. A irmã mais nova dele, Alex, é minha amiga. E ela é muito diferente da família. Mas, voltando ao Cyrill, ele escutou o professor Snape chamando o papai de Loony Lupin, e agora ele me persegue me chamando de Loonier.
- O Snivellus tá no meio disso? - a voz de Sirius se alterou, o ódio era quase tangível enquanto as palavras saiam de sua boca. Remus estava claramente irritado com a situação também, talvez ainda mais que Sirius, mas ele estava em silêncio. Silêncio até demais.
- Eu não devia ter contado nada disso pra vocês...
- Não diga isso, Andy. Eu vou falar com a McGonnagall. Agora, por que você não escolhe um filme pra gente assistir?
Remus ainda estava sério.
- Sirius. Eu juro que se eu ver o Severo, eu mato ele sem piedade - Remus cochichou, falando mais sério do que já havia feito na vida.

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