Gritos Mentirosos

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Hogwarts.
5 de Abril, 1989.
03:20.

- Ands... Andy acorda - era Alex.
Andromeda se sentou em sua cama, estava ouvindo risadas vindos do lado de fora do castelo. Quando se levantou, percebeu que outras garotas do dormitório também já haviam levantado, estranhando a situação.
- O que...?
- Shhh, escuta.

- Eu m a t e i  Sirius Black!

- Não... Não! - Andromeda correu até a janela mais próxima, esperando que isso tudo fosse um pesadelo e que quando ela visse de onde o som vinha, ela acordaria.

- Eu m a t e i  Sirius Black!

A garota tremeu quando a informação foi repetida.
- Não não não, não pode ser... não pode ser...
- Andy...
- Não, Alex... - de repente, algo mudou. Andromeda correu até sua mesa de cabeceira, pegou sua varinha e o Mapa do Maroto antes de sair correndo para fora do dormitório, seguida por Alex.
- Lupin?! Onde você vai?!
- Vai embora, Alex.
- Não, não vou!
- Então - Andromeda se vira, agora de frente para Alex, revisando as últimas aulas de feitiços e também os livros que já lera sobre isso - Me desculpa, Alex.
- Pelo quê?
- Por isso...
- Petrificus Totalus!
Ver sua amiga paralisada, imóvel, era horrível, mas a cabeça de Andromeda girava ao som dos gritos que ouvira mais cedo.
Eu matei Sirius Black! Eu matei Sirius Black!
Eu matei Sirius Black! Eu matei Sirius Black!Eu matei Sirius Black! Eu matei Sirius Black!Eu matei Sirius Black! Eu matei Sirius Black!Eu matei Sirius Black! Eu matei Sirius Black!

A garota atravessou uma das passagens secretas para fora do castelo, e viu as portas da sala de McGonnagall sendo abertas.

Eu matei Sirius Black! Eu matei Sirius Black!Eu matei Sirius Black! Eu matei Sirius Black!Eu matei Sirius Black! Eu matei Sirius Black!Eu matei Sirius Black! Eu matei Sirius Black!

Do lado de fora, ela finalmente foi capaz de avistar a pessoa que estava gritando. Era uma mulher alta, pálida, de olhos grandes e escuros, com cabelos cacheados pretos e volumosos, mas loucamente despenteados, ela odiava ter pensado nisso, mas a mulher se parecia muito com seu pai.

- Ei! Quem é você?! - Andromeda pergunta, apontando sua varinha para a mulher, que ri descontroladamente.
- Eu não vou perguntar de novo! Quem é você?!
- Eu? Ah, depois você descobre. Eu quero saber de você. Você é Andromeda Black-Lupin, não é? - a mulher disse, se aproximando cada vez mais. Andromeda tentava se manter firme, mas o fato de uma pessoa que ela nunca tinha visto na vida saber seu nome completo a apavorou.
- O que você fez com Sirius Black? - ela pergunta, disfarçando a voz que se embargava.
- Andromeda! - era Remus, saindo do castelo acompanhado de McGonnagall.
- Responde! O que você fez com Sirius Black?!
- Como eu sei que você não é surda, e nem idiota, eu vou falar de novo - ela se aproxima, e fala diretamente no ouvido de Andromeda - Eu m a t e i  Sirius Black.
A garota tremeu quando ouviu essas palavras, e duas lágrimas quentes escorriam por suas bochechas. Ela ergueu sua varinha, a colocando diretamente no pescoço da mulher.
- Duas palavras...
- Sabe - Bellatrix encosta sua varinha próxima ao coração de Andromeda, que galopava mais forte a cada minuto - eu também só preciso de duas palavras. A diferença é que eu não estou com medo. Vamos fazer um joguinho? Vamos ver quem é a mais rápida? - ela se afastou e apontou sua varinha para a garota - Ava...
- Expelliarmus! - Remus disse, desarmando a mulher e correndo para segurar sua filha, que tentava desvencilhar-se dos braços do alto.
- Me solta! Eu preciso... Me solta! Ela matou o Papa! Ela matou... - Andromeda larga sua varinha e aceita o abraço de Remus, soluçando e com lágrimas rolando em seu rosto - Ela matou ele...
- Shhh...
- Ela matou...
- Não - Remus levantou o rosto da filha - Olha pra mim. Ele tá bem. Ela só queria te tirar do castelo, meu amor. O Papa tá bem.
- Quem é ela?...Por que... Por que ela diria isso? Como ela entrou aqui?
- Eu vou te explicar tudo, mas vamos pra dentro antes, ok? Aqui fora está congelante.

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" Meu amor,
Pare de se culpar. Você não teve culpa de absolutamente nada. Nenhum de nós tinha como saber que a biruta da minha prima iria aparecer. Mas pelo menos agora eu sei o porquê.
Cissy me contou que a Bellatrix foi atrás de informações sobre você - eu meio que disse que nós somos casados enquanto estava muito bêbado em um jantar no meu aniversário -, e ela acabou descobrindo sobre a Andy, mas também sobre James e Harry. Por sorte, a outra única pessoa que ficou sabendo disso foi a Cissy, que prometeu que faria tudo que pudesse para protegê-los. Eu descobri também que ela achou que tinha me matado, e que roubou minha aliança. Eu até fraturei a coluna, mas a Poppy deu um jeito nisso, então, não se preocupe, usar bengala ainda é seu charme exclusivo.
Eu te amo, Moony.
Do seu incrível - e ainda lindo - marido, Sirius.

P.S: Claro que eu lembro, seu bobo.
P.S.S: "Você não ama uma pessoa pela sua aparência, suas roupas caras ou seu carro chique, e sim porque ela canta uma música que só você consegue ouvir
   - Oscar Wilde"

- Entendeu agora? - Remus pergunta, com seu tom carinhoso de sempre, e Andromeda apenas acena com a cabeça.
- Pai... Por que nós ainda somos Blacks, então? Eu não quero mais fazer parte dessa família, só da nossa.
- Eu e seu pai estivemos conversando sobre isso, até porque esse sobrenome foi escolhido por dois garotos de 20 anos, e um deles estava muito bravo com a "família" - Além do fato de que éramos dois viciados, pensou- mas hoje, nós pensamos e agimos diferente.
- Entendi... - ela se levanta e abraça o pai - Obrigada por serem tão maravilhosos pra mim, eu nem fazia ideia que pais tão ruins poderiam existir antes de você me contar sobre a infância do Papa.
- Você merece, meu amor - Remus tentava abafar o grande sorriso que se mostrava em seu rosto - Ah, como eu queria ficar paralisado nessa posição aqui, abraçando você.
- Meu deus! A Alex!
- O que houve com ela?
- Olha, pode brigar comigo depois mas primeiro a gente tem que ajudar ela - a garota se desvencilha do abraço e corre porta a fora.
- Andromeda, o que você fez?
- Eu meio que paralisei ela, mas era só porque eu não queria que ela acabasse se machucando.
- Andromeda!
- Eu sei, pai, foi uma coisa horrível e...
- Não, Andromeda. Ela tá ali - o alto aponta para a enfermaria, onde por sorte, Poppy já havia voltado, e estava agora cuidando de Alex.
- Alex! Alex, por favor, me desculpa!
- Tudo bem, Andy... Seu pai... Andy eu sinto muito.
- Ah, não, não se preocupa, ele tá bem.
- Mas aquela mulher disse...
- Eu sei o que ela disse. Mas era mentira. O que acontece é que...
- Ninguém precisa ir na enfermaria na primeira semana de aulas, né? - o alto sussurra para Madame Pomfrey, que dá um tapinha em seu braço, como se o repreendesse, mas ela o fez rindo, então não passou muita credibilidade - E o Sirius, como está?
- Bem, agora está. Quando eu cheguei, ele mal podia se mexer sem sentir que sua coluna estava partida no meio, e de certa forma, estava. Mas assim que eu lhe dei a medicação apropriada, quase que instantaneamente ele se sentiu melhor.
- Ainda bem que podemos contar com você, Poppy.
- Para todo o sempre, meu garot-
- VOCÊS DUAS SÃO LOUCAS? - um garoto de cabelos castanhos e vestes da Lufa-Lufa invade a enfermaria - Eu vi tudo pelo lado de fora da minha janela! Quem era aquela, Andy?!
- É uma longa história...
- Eu tenho tempo, vai, começa a me contar. E do início.
- Sim, senhor. Bom, tudo começou muito antes de eu ser adotada...
Remus deixou a enfermaria, pensando em como ele via seu grupo de amigos no de sua filha.

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