Nunca

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3 de Abril, 1989.
11:42.
Lua Minguante.

Sirius seguia a rodovia M40, saindo de Londres após deixar seu marido e filha na estação de trem. Havia um pacote de cigarros dentro do porta-luvas, e ele estava resistindo a tentação de pegá-lo, mas única e exclusivamente por que sua filha estava com medo. Não com medo dele, mas medo por ele. Sirius nunca se importou muito com a própria saúde anteriormente por acreditar que se ele morresse, ninguém sentiria sua falta. Mas ouvir Remus contar que Andromeda chorou dizendo que não poderia os perder mudou a visão de Sirius.
Havia sim pessoas que se importavam com ele, pessoas que ele amava mais que tudo na vida.

Chegando em seu chalé, Sirius notou que a porta da frente estava entreaberta, deixando altas exclamações de uma voz aguda chegarem a seus ouvidos. O moreno pôs sua varinha no bolso antes de dar um passo adentro de sua casa.
- Traidor! O que faz aqui? - Bellatrix Lestrange estava sentada no sofá de sua sala, sua varinha apontada para Sirius. Ela havia bagunçado o chalé, um tornado teria feito menos estragos. Os desenhos e provas de Andromeda, que costumavam ficar na geladeira, se encontravam rasgados no chão, pratos e canecas quebradas por todo o chão da cozinha.
- Essa é minha casa. E você vai sair dela. Agora.
- E se eu não sair? Você vai fazer o que? Vai me machucar? - Bellatrix se levantara, agora andando ao redor de Sirius.
- Você não quer saber - a voz de Sirius era grave e ameaçadora, mas a de Bellatrix se mantinha alta e esganiçada.
- Olha primo, vamos fazer o seguinte - Ela se põe em frente a Sirius, o encarando - Você me fala onde o Regulus está... E eu não machuco sua filhinha.
- Como...
- Tive ajuda de um antigo amigo da família - Snape, Sirius pensou - Agora, fala logo onde eu acho o imprestável do seu irmão.
- Eu não sei. Não vejo ele desde o meu aniversário - Era mentira, ele e Regulus se encontraram poucos dias atrás, quando Sirius se ofereceu para cuidar de Harry - E mesmo que eu soubesse, seria um mundo estranho se, do nada, você começasse a acreditar em uma palavra que sai da minha boca, prima.
- Então, eu vou ter que perguntar pra sua filhinha - Bellatrix se vira, prestes a sair do chalé. Sirius estende sua varinha, mas antes que pudesse se quer disparar o feitiço, ele é atingido.
- Crucio! - Bellatrix riu dos gritos de Sirius - Fala! Fala logo onde está o Regulus!
- O que você quer com ele?! - Sirius gritou, caído no chão de sua sala.
- Onde ele está?!
- Eu não s-
- Crucio!
Sirius agonizava, mas resistia fortemente. Ela deve ter descoberto sobre James e Harry, mas foi incapaz de descobrir a localização deles.
- Onde está o Regulus, Sirius?! Diga!
- Nunca!
- Imperius! - Sirius é arremessado até o fim de seu corredor, parando na porta de seu quarto, onde ele teve visão do quarto de Andromeda, destruído. A parede que eles haviam pintado juntos no dia em que ela foi adotada, os pôsteres do David Bowie, e o mais recente do New Kids On The Block que ela ganhara de Cedric, o cardigã que Lily deu à ela no seu aniversário de 10 anos, seus cadernos de poesia.. Todos destruídos. A cabeça de Sirius latejava, ele tentou pegar sua varinha, mas Bellatrix foi mais rápida - Expelliarmus!
Lágrimas escorriam e seu nariz sangrava pelo rosto de Sirius enquanto ele olhava Bellatrix, decidido a morrer antes de entregar seu irmão.
- Tá. Eu não vou conseguir mais nada com você. Vou tentar a sorte com seu marido - Bellatrix tirou a aliança de Sirius de seu dedo antes de aparatar, deixando-o sozinho. Ele tentou chegar até o telefone fixo, para avisar Regulus, mas não teve forças, desmaiando antes de chegar no telefone. Seu coração batia e seus pulmões repiravam, mas seu corpo precisava de tempo.

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