Lady Stardust 💫

Lar Doce Lar

Londres.
Estação King's Cross.
18 de Dezembro, 1988.
10:57.
Lua Crescente.

Sirius aguardava ansiosamente a chegada do Expresso Hogwarts. A claridade vinda da estação incomodava seus olhos mesmo usando seus óculos escuros, e o frio... O frio era insuportável. As temperaturas negativas e a neve espessa na estrada atrasaram a chegada de Sirius, que agora lutava para se manter aquecido, ele sentia que nem todos os cardigãs do mundo conseguiriam o esquentar. Mas uma coisa sempre esquentava. O carinho e calor de Remus.
Antes de sair, Sirius havia deixado o chalé em perfeito estado, além de guardar tudo e absolutamente tudo que fosse feito de prata que ele usou, Remus e Andy poderiam se machucar com um anel ou colar perdido pela casa.
A visão do trem chegando fora um alívio para ele, mas, logo notara algo que fez seu coração acelerar : Remus andava apoiado em uma bengala.
Assim que o alto desceu do trem, Sirius correu em sua direção e envolveu seus braços na cintura do marido, que largou seu malão no chão como se não fosse nada, retribuir o abraço de Sirius era mais importante.
- Você tá usando bengala.
- Não se preocupe - Remus beijara o pescoço de Sirius - É só o meu joelho ruim.
- Você parece um velho falando assim - Riu Sirius.
- Ah, sim. Como estou velho e acabado - Remus ironizou, agora pondo-se a fitar as lentes escuras barrando a visão do rosto de seu amado - Preciso te olhar nos olhos de novo. Por favor.
Sirius hesita, mas leva a mão na haste do óculos, e assim que o remove, ele mal conseguia manter seus olhos abertos. Remus sentiu seu coração apertar no peito, grandes e escuras olheiras se mostravam abaixo dos olhos agora não tão azuis de Sirius.
- Você tem dormido? Eu... eu não devia ter te deixado sozinho, lá fica um iglu no inverno- A voz de Remus definitivamente estava diferente, mas não era raiva. Não de Sirius, pelo menos.
- Tá tudo bem.
- Não, não tá. Se estivesse você não estari- Sirius aproximou seu rosto do de Remus até seus lábios se tocarem e selarem um acordo, concordando que tudo daria certo. Até ser interrompido. Eles queriam que momentos como esse durassem mais, mas o lugar estava repleto de trouxas e ainda não era seguro para eles demonstrar o quanto se amam publicamente.
- E Andy? - Sirius perguntou.
- Já deve ter descido - Os dois se voltaram para o trem e avistaram uma figura com longos e volumosos cachos saltando enquanto corria animada em direção à eles.
- Papa!
- Andy! - Assim que Sirius tomou sua filha em um doce abraço, ambos se sentiram em casa - Por Merlin, Andy! Como você cresceu, meu amor.
- Papai também disse isso - a garota sorriu - Eu tô alta assim mesmo?
- Gigante. Pra mim, você cresceu rápido demais. Merlin, parece que foi ontem que a gente se conheceu.
- Eu nunca vou esquecer... Agora, a gente pode ir pra casa? Eu e o Ziggy estamos congelando.
- Não são só vocês - Sirius disse, abraçando-se em Remus e segurando a mão de Andy, os levando ao carro.

***

No mesmo dia, a noite.

Remus, Andy e Sirius estavam colocando em dia alguns filmes de terror que o moreno havia comprado no Halloween. Remus e Andy estavam muito cansados, e a garota acabou dormindo, com a cabeça apoiada no colo de Sirius, Remus se esforçava para ficar acordado enquanto assistiam o sétimo filme de Sexta-feira 13. Os dedos de Remus surfavam nas ondas do cabelo de seu marido.
- Merlin, como eu senti falta disso - murmurou Sirius.
- Só disso, ou de mim também..? - Remus sussurrou, fazendo com que os lábios de Sirius se articulassem no seu clássico sorriso.
- De você, disso, da Andy, tudo. Eu amo tanto vocês dois.
Remus beijara a cabeça de Sirius.
- Eu te amo mais.
Os gritos horrorizados vindos do filme foram abafados pela conversa do casal apaixonado por um bom tempo.